É pau, é pedra, a minha Aroeira. O Salgado dos negros, sem mato, sem cacimba e tanta gente em riba. Que te devastou terra minha. Dor minha, dor. Entropico-me no caminho. Gosto de te ver cantando, Ismael. O rouco som, quase gemido. Por quê choras, filho d`África? Quem te trouxe assim, tão triste?
sábado, 25 de julho de 2020
quarta-feira, 8 de julho de 2020
GOSTO DE TE VER CANTANDO
Alma minha gentil, por que partiste? Estou tão triste! Tragam-me pra dançar um frevo. Cadê, Capiba? É de amargar, tu não sabes como aqui está! E nem queira saber. Já não aguento mais. E no entanto, inda acredito, há de surgir a linda flor da madrugada.
segunda-feira, 6 de julho de 2020
SAINT-DENIS, SÃO DIONÍSIO DA CABEÇA
Eu vejo um homem. Ele é negro, negro não, preto, pardo, marrom, sei lá. É um homem e pronto. Está caído, no chão, uma polícia aponta um revolver, parece não se incomadar, ao lado um saco, ele o abre e pega alguma coisa, deixa-me ver, sim, é uma cabeça ensaguentada. Ergue-se com a cabeça na mão, chega um carro da polícia. Os policias já de arma na mão. Ele atravessa a rua ignorando tudo e todos. Segurando a cabeça, anda, onde vai parar este Saint-Denis da periferia? Alguém me diz? Em que igreja entrará? A polícia o segue, atirando. Ele anda em passos lentos, as balas parecem de festim. Gritam-lhe, ordenando que pare. Por quê a polícia continua atirando? Quem mais louco? Para isto, os impostos? Não há quem os pare? Dime cristão, onde está tua fé?
sábado, 4 de julho de 2020
DANÇA DA MORTE
Pára, mulher, que loucura é esta? Pára com esta dança, não está vendo que as pessoas estão te recriminando? As pessoas morrendo e tu, nesta, loucura, dançando. Falando sozinho, Mancambira? Que sozinho! Não está vendo a Frau Troffea se acabando de dançar, enquanto passa o enterro de Chediak? Esta maluca está desrespeitando o sentimentos dos outros. Não, é possível, estão aplaudindo. Lá venho uma segurando saia. É louca, se juntou à Troffea e stá dançando também. Gente, venham cá, vejam esta loucura, já tem 5 mulheres dançando, quase em frente ao cemitério. É a dança da morte. O que deu nesta gente?