Esta, a gente não entende, Horus Didi. Pesada demais. Covardia do judiciário?
Bem, gente, talvez não seja o termo, mas que amarelou ante a grita na redinco, amarelou. O cara é um imbecil, mas sua prisão, uma imoralidade. Ilegal até a alma. E um grave precedente de quebra da soberania nacional.
Então a Constituição proíbe a extradição de um brasileiro, e, aceita a lei italiana para cumprimento de pena aqui? O cara comete um crime na Itália e nós aqui vamos sustentá-lo na cadeia? Que lógica é esta? Vocês, que estavam pedindo a prisão do Robinho, já pararam para pensar que são vocês que vão sustentar o Robinho na cadeia; que vão pagar até a pasta de dentes que ele vai usar? Aposto que os justiceiros não pensaram nisto.
Mas não é só isto, Mancambira. Ouviu, Neco? Há um coisa chamada presunção de inocência. Sim, Tunin Gomes, xêu ver como explicar. Pra lei, todos nós somos inocentes, mesmo contendo um crime. Só deixa de ser inocente, quando a pessoa é condenada e não puder fazer mais nada no processo. Isto se chama processo transitado em julgado. Também tá na lei. Só se pode prender alguém quando o processo tiver transitado em julgado. O processo do Robinho não terminou totalmente, ele ainda pode recorrer, por isso sua prisão é ilegal, entendeu, Zé de Danié? Vixe como tem Zé, nesta Capela do Alto Alegre de Joaquim Machado, tesconjuro com tanto Zé.
Pelo menos, Didi, a cadeia pode ser boa para ele. Ah, é claro, Feijão-Puro, experiência de vida. Ele pode aproveitar a oportunidade para estudar, ler livros. Para aprender, nunca é tarde.
Não sei pra quê, o cara já é rico, não precisa estudar. Precisa, Chutinha, se estuda para si, não para os outros; se estuda para aprender, porque aprender nos dá prazer. Tá preso, tempo à vontade, pra ler. Terapia, distração e diminuição da pena. Ler. O tempo voa, ele nem vai sentir.
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