sábado, 30 de março de 2024

CURSOS DE MEDICINA

                         


                       Quantos morrem hoje no Brasil, Mancambira, por falta de médicos? Sem ideia, sei que perco um amigo, todos os dias. Quantos cursos de medicina nós temos, Zé? Ih, pior ainda. Pois é, nessa imensidão de país nós só temos 389 cursos de medicina. Você quantos campos de futebol temos nós? Aí, são muitos. É, Zé, Morre-se por uma bola. Nós precisamos de, no mínimo mil cursos de medicina. Você, eu e todo mundo temos a obrigação de exigir mais cursos de medicina dos governantes. Temos de exigir, não de pedir. Ao político se exige, porque damos nosso voto. 

segunda-feira, 25 de março de 2024

LIXO NÃO É PROBLEMA

        



                        Lixo, Mancambira, não é problema e sim, tu, Mancambira! Eu, Didi, por acaso, sou eu que faço os alfurges nas ruas? Tu, aqui, Mancambira, é teu irmão, é teu vizinho, é todo mundo. Cisco anda, Zé? O homem, meu irmão, o homem, o problema. E então? Lei. Lixo em rua, crime. Quem jogou que pague. Um dia, cadeia não educa, outro, cana pro sujismundo. Claro, grade só, não resolve, mas gaiola, multa e trabalho, resolvem. E o governo, onde fica, Didi? A lei é pra todos. Os governantes cometem crimes se deixarem de dar um bom destino para os monturos. É riqueza ignorada, há-de ser aproveitada. A reciclagem, você me disse, menos econômica, que a matéria prima. Mas aí, cabe o subsídio do governo em nome do meio ambiente. Salvar o mundo, todo investimento é pouco. Como fazer então, Didi? O metal pra forjarias e construção; o vidro volta ser vidro; o plástico, plástico de outra natureza química; como impermeabilizantes para agricultura; em barragens subterrâneas; como aderem bem ao concreto,  em muros de contenção de águas marinhas e fluviais, inibindo-se inundações. Mil coisas. Falta só vontade política, Mancambira. É, falta tudo.

 

sábado, 23 de março de 2024

ROBINHO E O DIREITO À LIBERDADE

         


                Esta, a gente não entende, Horus Didi. Pesada demais. Covardia do judiciário?

                  Bem, gente,  talvez não seja o termo, mas que amarelou ante a grita na redinco, amarelou. O cara é um imbecil, mas sua prisão, uma imoralidade. Ilegal até a alma. E um grave precedente de quebra da soberania nacional.

                      Então a Constituição proíbe a extradição de um brasileiro, e, aceita a lei italiana para cumprimento de pena aqui? O cara comete um crime na Itália e nós aqui vamos sustentá-lo na cadeia? Que lógica é esta?  Vocês, que estavam pedindo a prisão do Robinho, já pararam para pensar que são vocês que vão sustentar o Robinho na cadeia; que vão pagar até a pasta de dentes que ele vai usar? Aposto que os justiceiros não pensaram nisto.

                       Mas não é só isto, Mancambira. Ouviu, Neco? Há um coisa chamada presunção de inocência. Sim, Tunin Gomes, xêu ver como explicar. Pra lei, todos nós somos inocentes, mesmo contendo um crime. Só deixa de ser inocente, quando a pessoa é condenada e não puder fazer mais nada no processo. Isto se chama processo transitado em julgado. Também tá na lei. Só se pode prender alguém quando o processo tiver transitado em julgado. O processo  do Robinho não terminou totalmente, ele ainda pode recorrer, por isso sua prisão é ilegal, entendeu, Zé de Danié? Vixe como tem Zé, nesta Capela do Alto Alegre de Joaquim Machado, tesconjuro com tanto Zé.

                    Pelo menos, Didi, a cadeia pode ser boa para ele. Ah, é claro, Feijão-Puro, experiência de vida. Ele pode aproveitar a oportunidade para estudar, ler livros. Para aprender, nunca é tarde.

                         Não sei pra quê, o cara já é rico, não precisa estudar. Precisa, Chutinha, se estuda para si, não para os outros; se estuda para aprender, porque aprender nos dá prazer. Tá preso, tempo à vontade, pra ler. Terapia, distração e diminuição da pena. Ler. O tempo voa, ele nem vai sentir. 

         


Contribua,  com qualquer valor, para a publicação deste romance Noite em Paris.

50 exemplares serão sorteados entre os contribuintes. Guardem seus comprovantes.

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sábado, 16 de março de 2024

 


    

              

         E o Senhor justíssimo, misericordioso e boníssimo disse: Eu divido o mundo em dois. Aos ricos dou comida e aos pobres a vontade de comer.

                E ao que se lamentava por ter o Senhor posto a área de lazer perto do esgoto sanitário, disse-lhe o Senhor: Pergunta ao vizinho se ele gosta de ter o cu na barriga?

                  E que me importa ter a boca na barriga? Desde que não perto do cu!

                   Porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras, não é, Padre Vieira?

                     E eu, Mancambira, não estou nem aí. Eles só estão mostrando quem, realmente, manda neste mundo de merda. Deixei da lado. Herói? Sem vocação. Gentios, não gente. Escolha d’Eloim. Queres, tu, Mancambira, enfrentar o Deus dos Exércitos?

                 E quem nos dá as ideias? Não se há de perguntar, elas surgem quando querem e não quando queremos, meu caro, Mancambira. É como se alguém nos estivesse sussurrando ao pé do ouvido. Pergunta a Zé de Danié, se né, assim? Por isto, por mais que queira, nada faço sem aquela voz, embora seja preciso estar sempre procurando-a e atento à sua chegada.

                     Acabo de ler, Mancambira, num destes jornalecos da redinco a seguinte manchete: “Janja ostenta sapato luxuoso de R$8.5 mil em evento que discute pobreza”.

                Inteira razão tem o jornal de redinco: Ela deveria ir fantasiada de mendiga.

                  E o Robinho entrou numa roubada. A remunco o prendeu, não o tribunal. Estas redes, estas redes vão tocar fogo no mundo, né Frei Teodoro? 

                   Só quero ver o mar pegar fogo, pra comer peixe frito.

                     Nem quero saber quem é o defunto, só quero chorar.

                                          

             

quarta-feira, 13 de março de 2024

 




                 Tem coisa, Frei Teodoro, sem explicação. Está certo disto. Dedé? Vocês, que acham? Mudez na classe. Intervenções em aulas, nem sempre, bem-vindas. Mas diga, o que você não entendeu? Cobras, no paraíso. A turma deu risada. Cobras. Dedé? Sim professor, cobras, serpentes. Quem, agora, riu foi o mestre. Por quê, Dedé? Prestem atenção na explicação dele, turma!

               Pois se Deus é bom, por quê a serpente lá para  tentar Eva?!

quarta-feira, 6 de março de 2024

                



                                   Esta daí, aí, aí. Os de lá de riba, tudinho igual. Calumbi puro, Didi, basta confiar para furar. Cê tem tino, Manca. Crista Gail Pike que o diga. Quem? A mais jovem norte-americana condenada à pena de morte. Cê…sabe, Didi, sou contra, desumano. Democracia! Cortando a vida, e o direito?