O dedo na porca
de olho na porta até estremecer dedo dedos punho punho mão mão inteira em ti nas
ruas do Julião  vagidos de gozo e dor no abandono do tempo caído sobre teu
corpo por brutos violado cordas  que o tempo viola  aturdida fome de carne e luz  espaço  zaratempô seca a voz beber queremos
todos escravos grita serás ouvido na língua do mundo grande pequeno estranha rebeca  diz histórias faz sonhar e correr mundo abre alas  quero passar como Zé
Mancambira queria sou eu sou eu o Mancambira do mundo Horus d´Isis sou eu renascido na
noite em Paris perdido na porta do globo abandonado n´amplidão hostil
perdulário e pobre pede um sou pagar
o omelete comido na Saint-Germain com que cara se riu Gandra rio Sena, qui cena
atirei no mar o mar vazou atirei na moreninha baleei o  meu amor no mato verde que sonho não vejo o
mundo acordado vai ensina o mundo e aprende kar cidade  sol amon 
razominorum sacode este coco moreninha não deixe o coco cair desce do
céu te quero na terra  saciar a sede
matar a fome verte  lágrimas irriga a
terra mãe de todos os começos joga teu laço apanha o ar derrama sobre nós
folhas caídas sob os pés silvo de vento e água trêmulo e faminto à busca
d´aconchego com frio não entende o flic sem fric onde vai dormir está rodado o
suplicio da roda chuviscos de outono vento arrastando folhas sapatos molhados
nos pés quebrados versos versus mundo estou in mundo ne ‘stou eis a questão
d´água surge a mulher a mesma semper 
vestes  transparentes vestais
renovados sonhos  ondas do infindo de
onde vens eterna  visão de noites em
criança tenra nas camas de lona e vento das noutes frias de inverno ao fogo do
longo verão desperta-me mil chocalhos de mula imaginária cavalgadura dos sonhos
de menino ensandecido por los mistérios da vida 
pulula em cada canto  brinca de
esconde-esconde chama ardente inapagável alimentando o pensamento viagem per
Il  mondo ver é vencer é gozar mil
cores  noites  gozei 
estreladas como um Van Gogh cantigas de roda ouvir meninas Pai Francisco
entrou na roda Teresinha de Jesus de uma queda foi ao chão que Ninguém me tribute lágrimas, nem lamente
minha morte, a caminho estou  imortal
faço meu Rubicão a ti fortuna acompanho aos
fados me entrego veneno da solidão 
sacode a poeira vencer é amar moço lindo cobra Norato sou eu sou eu
corre corre corre mundo já não canta aracuã no pé de juá cantar o canto triste
tarde vento quente  sestroso balançando a
capoeira, derribando algarobeiras, monzês e aroeiras serenata  batuque acorda Nepomuceno ensina Brasil. Eu quero ouvir, eu quero ouvir batuque. Teresinha tu hoje vai, Teresinha tu hoje vai.