“Quem não
odiaria Védio Polião mais do que os escravos dele? Ele engordava as lampreias
com o sangue humano, sendo que a quem lhe causasse alguma ofensa, ele mandava
enclausurar num reduto de serpentes”
Eis um
indivíduo merecedor de mil mortes. Ele jogava
seus escravos para servirem às lampreias de alimento e só delas se
servia depois de gordas. Sêneca.“A
Clemência”. Ao imperador oferece, Védio, um prândio. E depois quer Condenar o escravo
às lampreias por Copo-cristal, quebrado.Esquecestes, Védio, do pai escravo?
Rico, forro, posição social. Estarias
mentindo, Sêneca? Aos pésde Augusto, o escravo.
- Quebrem todos os cristais e os aticem ao
viveiro, Augusto para os convivas.
- Achas mesmo que podes tirar a vida de um homem de nosso convívio, por tão
pequena falta e tão ignominioso castigo? Pensas que podes executar alguém na
presença de César?Augusto para Védio.
Clemência,
magnanimidade, luxo, ontem e hoje.
Pensamentos, a caminho da faculdade. Besta, escolher
economia. Vou me dar mal. Matemática e estatística. Por que não, direito? Moda,
economia. Cinema inda vou fazer. Védio Polião. Magnanimidade. Perdoar a quem roubou
meus perfumes? Quem me roubou Syssel? Tenho-te sempre, mesmo que estejas, Ofélia, vagando por Elsinore, e algo podre exista no
reino da Dinamarca. As mãos cruzadas. Gumi entre os dedos, borrachinha amarrando dinheiro. Hoje longe de teus olhos,
numa triste solidão, eu quero o verde, eu quero
paz, guardo comigo teu coração. Toma a
Saint Sulplice, passar pela Igreja. Quantas vezes ouviu aquele órgão?
Frei Teodoro, Mundacho Torto, números e solfejo. Cantor no coro. Sua missa,
o Gloria Et in terra pax hominibus bone
voluntatis, laudamus te, benedicimus te.Meu bom Sêneca, devo perdoar os que
me fizeram mal? Ser ou não ser. Que é mais nobre
para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou
armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?
Derrotas tive, vitórias, tive. Vale viver. Em seu caminho para a faculdade.
Noite em Paris. Quartier Latin, bares e cafés.. Noites insones, manhãs
sonolentas. Rue d´Assas. Onde encontrará abrigo um dia chez Madame et Mlle,
Zurflux. Varrer a casa, limpar os móveis. Morrer de nojo vendo seu Kiki comer
do mesmo pão, beber do seu café na mesma xícara, amor aos animais, onde ficam os humanos? Será por isto, as guerras? Encontrará alguém para fazer esquecer as
primeiras flechas de Cupido? Ai, vida marvada. Encontraria Hator para descansar
sobre seu peito ou passaria a noite zanzando entra em beco e sai em beco,
sentindo o cheiro da diamba? Rua Bruno
Seabra, Liberdade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, Todos os Orixás
e Todos os Pecados o filho de Afrodite de múltiplos pais lança a flecha do encantamento. Correndo,
chorando para a rua do Céu, seu inferno. Infância. Nem mais pensar. Aurinha, Carminha e Mariá, Nem a dos sonhos, nem outras por onde vagueava seu coração vagabundo.
Agora é pra valer. Skrik na ponte do amor vermelho. Ela era pequena, mignon,
dizem os franceses. Minhom, se pronuncia. Cabelos curtos de um loiro que não era
amarelo. Não tinha os olhos verdes de
Quité, castanhos mesmo. Quase comuns, se não fora o amor que enxerga tudo colorido. Ai maravilha
como vou te chamar? Aimara te chamarei. Impossível ouvir Mercedes Sosa cantando
Violeta Parra e ficar calado, Aimara, me
leva pra ti, mi primeiro despertar.
Volver a los diecisiete después de vivir un
siglo
Es como
descifrar signos sin ser sabio competente.
El
amor es torbellino de pureza original
Hasta
el feroz animal susurra su dulce trino
Detiene
a los peregrinos, libera a los prisioneros
El
amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño
Y
al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero