Meu Porto é velho
Porque o trataram até ficar assim
Meu Porto é velho
Porque o abusaram até ficar assim
Meu porto é velho
Porque abraçou todo mundo que chegou
Mas não ficaram
E não ficam
Chegam bem da água
Cospem (n)as águas
O sentimento de pertence
Que não o pertence
De tantos imigrantes
Um ciclo exploratório
Seguido de outro
De ouro
De outro
Do outro...
Meu Porto Velho
É um Brasil
Dentro Brasil
Com exploradores
Importadores de outros estados
Que o dominam sem pertencer
Seus índios são eleitores saudáveis
Que em políticos médicos
E deixam seu povo doente
Meu porto não é tão velho assim
Mas basta! Basta de exploração!
Meu Porto? Reflexo do Brasil
Onde o povo começa habitar esgoto
Por causa de político escroto
Que ainda faz do país colônia
Meu porto, que no nome tem 'velho'
Ainda é novo, lhe permitam errar...
Tantos anos de in-de-pen-dên-ci-a
Sem a decência de lhe deixarem acertar?
Brasil dentro de Brasís
Que por falta de memória
Lhe roubaram a história
E faz do povo escambo
Ao invés de heroico
E o sol, que deveria de liberdade
Que deveria acordar
Parece cegar mais
Os que ainda dormecem
Mas tudo bem... Quem nunca falou mal?
Nascendo, crescendo, vivendo aqui?
Mas tudo bem, o patriotismo é mais bonito pra estrangeiro ver
Afinal, fomos criados com a ideia
De que o que é de fora vale mais
Mais bonito, mais bem feito
E satisfaz
Um dos motivos da luta
(E sim, ainda há resistência)
É dizer
Que mesmo não nascendo aqui
'Sou beiradeiro sim'
E que não o pertencer
Meu bem, é só ir embora
Porque um dia o rio chora
Mas no outro dia ele sorri...
LUCIANA REBOUÇAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário