segunda-feira, 11 de novembro de 2019

REQUIEM PARA BOLÍVIA

                                 
                                 
                                    Nós somos um só. Que um só, rapaz? Cada um é  cada um. Não dizem, cada cabeça um mundo? Como ser um só? Que você acha, Macambira? Rapaz, fica difícil. Que a gente se parece muito, parece. Eu conheço meio mundo de meu Deus e vejo muita gente parecida. Se parece o corpo, há-de de ter quem tem alma parecida com outra. Mas é doido, mesmo. Quem tá falando de alma aqui? E não? você não disse, cada cabeça um mundo? Isto não é alma. Alma, burro, mente, cabeça, tudo a mesma coisa. Mas, que doidura vocês estão falando aí? José de Nazaré, chegando,  com sua fama de homem mais sabido de Capela do Alto Alegre, Rosalina Gomes, de João Teiú, de Maria Cagona, de Tenente, de Zé Canário, de Zé Mancambira, Tico doido e outros bichos não menos famosos, que se se for nomear  tem de escrever um livro. Quando ele falava, diziam, os outros abaixavam o rabo. Nós tá falano aqui do gorpe na Boliva, gritou Zé Pretim. Sai, do meio, Zé Pretim que ainda falta muito pra gente. Pois os caras não derrubaram o Evo? Quem? O Evo Morales, presidente da Bolívia. Ah, foi, disse Zé de Nazaré, caneta, que não era azul,  n´orelha, cofiando o bigode. Camacho rima com capacho, fala de um mais exaltado. Vejo, revejo-o. Juntos montando a bicicleta do Les Cracks, o filme de Joffé. Rindo de Bourvil, seu nariz, também  discriminado por seu nariz aymará. Como imaginar, tarde no tempo, o aimará ser atacado, pelo nariz, sua identidade. Plástica, modificar o ancestral nariz. Assim é o vencedor, ataca o que mais nos identifica.

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