domingo, 31 de dezembro de 2023

 


                         Não dá pra aguentar, né Frei Teodoro? Eita mundacho torto. Não, meu fio. Sempre  assim, e às vezes, pior. Nada novo, neste velho mundo do Senhor. Acabo de ler Günter Anders, “A Obsolescência do Homem”. Muito louco. Eles, os poderosos querem tudo de nós. Corpo, pra trabalhar; alma, reproduzir ideias, a deles, não a sua. Dominar tua mente, tornando-nos, tão pacíficos que só em pensar em reclamar já te dá temor. Ai, ai.

 Lê sakalavas, ona ê lá sacalava oná á, Madagascar onaê, Antsirabe onaá, na bela cidade de Antsirabe, na bela ilha de Madagascar, mãe bebum mata filho e dá aos ratos pra comer. Éêê ê ayê, Êêê ê ayá, Madagascar, Madagascar, reino de merinas, tradição, reino de mazimbas, invenção. E Ludimila, negra, lésbica e louca compra uma Greja e presenteia sua pastora, all inclusive, com fiéis e tudo, não se sabe ainda se Deus faz parte do pacote. Tempo, Tempo, Tempo. E Frei Teodoro vai tocar o órgão? Vai, Mancambira, só se for pro papa excomungá-lo. Tu não vendo, Mancambira, qu’isto não ser. Brabo, do carrapato. Ôh e o badalado ecumenismo? Tudo tem limite. 

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

 



               Prondegentevai bebemos daquela taça, apanhamos daquela taca. Quem nunca sofreu não vai entender nunca. De norte a sul d’oriente a ocidente, a malha de Tiamate, a espada de Dámocles, pendentes, Seu Wagner. E vocês nunca se perguntaram onde estava o erro? Como? Séculos e séculos de ódio e ainda temos de perguntar onde estava o erro? Aí, também é demais. Demais? Barriga cheia e choro, podem estar empanzinados, mas choram. Qualquer descuido tome-lhe água no leite, tome-lhe pedra na mamona, e no cacau e no feijão e no arroz e em tudo que pegam. Palavras, palavras, palavras não levam a lugar algum. Caem mais almas do que se as pronunciam no mundo. Infelizmente. La paura, la tema, o medo. Impuseram-te, a ti, aos teus e a todos. Não mais falar, se não for pra bajular. Não mais falar, se não pra engrandecer. O resto, anátema. E tu perguntas, onde a livre expressão? Sufocado, quando puderem (e não vai demorar) ler teus pensamentos, perdido estarás. Melhor, não viver para ver. Não, melhor será, viver para crer, certo que não crês no que te conto. Tu não crês, mas crês no que te contam. Muitos, muitos, muitos fazem da mentira, a verdade e da verdade, mentira. E ai de quem os contradigam, contra si, terão boicotes, lapidação nas redes, barras dos tribunais, pois, onde quer que haja poder, lá tem um deles e tu tens de ficar caladim, caladim. Que uns mereçam, isto sim, merecem. O olho maior que barriga, da naca, jogam fora o pedaço; de quem  não tem, tomam; dos que têm, têm medo. Por quê terá de ser assim, podes tu, diz-me. Quem lhes ensinou este caminho? Será acomodação da natureza? Livrar-se dos corpos estranhos? Prostrado na cama Amendoim sofre. Depressão aguda. Visita de dia inteiro do amigo policial que sai, deixando a morte no banheiro. Difícil imaginar um polícia esquecer sua arma. Faz parte dele. E não voltar para buscar! Olha, Amendoim, eu vou esquecer a arma aqui no banheiro. Qualquer coisa pode usar; ou, veneno tá aqui no armário, não precisa usar todo não, basta uma narigada! A natureza fazendo sua  limpeza, a transmutação. Quem matou Jéssica Canedo? Não resistiu à depressão e tanto ódio. Eu, tu, Whindersson Nunes, todos nós? ou ninguém? Neste angu, neste angu! Sabedoria popular. João andou de papo com Maria. Doeu em ti, Maria? E tão só por isto, responder tenho? A seleção natural, né, Seu Darwin? Comemos do pasto alheio e pasto somos para outros. Não, não  chores, não. Mas, que esperam ustedes? Que batam às suas portas, também? Eles, próprios, por engano ou não, matam aos seus, mas, dizem, todos, nós, os. Jesus Barrabás se chama como?





                                          

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

OCUPAÇÃO

           


                    

                          Escolas, hospitais, postos de saúde, igrejas, associações, postos de cidadania, de polícia  ao longo de de todo o Essequibo e do Pirara, atraindo gente com fornecimento de serviços essenciais, conquistando-as, assim, para a nacionalidade venezuelana e brasileira, devendo-lhes ser, imediatamente, entregue a si e sua toda família, se for o caso. Enquanto isto, vai-se ocupando terras, pouco a pouco, comprando-as ou se apossando sem ofender pessoas ou direitos. Este é o caminho de uma conquista com amor e paz, uma conquista, não capitalista, mas socialista.

O ARGUMENTO DO ISOLAMENTO

                 

                    Na Gaia Ciência Nietzshe diz: A ação coercitiva da consciência, mesmo entre os conscienciosos, pesa pouco diante deste pensamento: “esta ou aquela coisa é contrária ao bom uso da tua sociedade”. Um olhar frio, uma careta aborrecida das pessoas entre e pelas quais se foi educado, é capaz de meter medo ao mais forte. Mas, o que receava exatamente? O isolamento! O argumento que destrói os melhores argumentos em favor de um homem ou uma causa! Eis a voz de nosso instinto de rebanho. Está ouvindo, Mancambira? É o que venho dizendo, há séculos. As pessoas que que esqueçamos de alguém ou de coisa coisa, falando mal dela. Resultado? a gente nunca esquece, pelo contrário. Cada vez que falamos desta pessoa ou coisa, estamos, em realidade, Zé Mancambira, promovendo a coisa ou pessoa. Nietzshe já sabia, Zé, que a maior e melhor inelegibilidade, é o esquecimento, em razão, ele diz, de nosso instinto de rebanho, gado, todos nós somos. Aqui. em Capela. Didi, nem se fala.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

 



                       Madame Faure foi profeta, não, tiza, naquela tarde, primeiros dias em Paris, quando três brasileiros me viram no Boul’Miche tocando berimbau, frente ao Odeon na barraca do grego. Não, no Saint-Germain, cabeça. Tu vais ver coisa, tu vais ver coisa e muito terás para contar. E não foi o que se deu? Mal tocava o berimbau, mal batia o pandeiro, mal o agogô. Como vencer a?                                                                                     Quem, um dia, Mancambira, poderia me dizer o que me tornei? Quantos sonhos carregava! Você, que me viu criança, poderia adivinhar? Nesta imensidão de mundo, quantos não adivinham sem saber que fazem?Madame Faure, um deles. Trás esta colher-de-pau aí Betim! Bater na cabeça deste menino, parar de gaguejar, aprender a falar. Papai Nezinho, na sua voz grave. O galo veio, valente, pra cima de mim, mamãe deu-lhe um safanão com o pé e me pegou do chão, senão,  capaz de furar meus zoios. Vixe, se tivesse, ela mataria o galo? Desculpem, não é suspense. Esqueci o xingamento, empurra-lhe nootrópicos, está na moda. Lembrei-me, agora. Caducando, diriam, alzheimer, dizem. Será? Não, não  insistam. Não digo o xingamento de mamãe. Nelso, (Não, nã é o Nerso da Capitinga, aquele diz: Morrreu) este é Nelso, mesmo, um dia, na pensão Jacobina de Zé Fernandes, me perguntou: como  vai ser nome do livro? Assim Caminha a Humanidade? Nem tinha visto, nem nunca vi o filme. Sabia apenas dele. Água com açúcar, caminho mais simples. Pessoas gostam de ser enganadas, sonhar, melhor que a realidade. Faz doer. Quem, hoje, por los outros, quer sofrer? Nelso, também, um haríola (Nossa, que palavrão! Mas vai ficar aí. Quem não souber o significado, que vá ao dicionário. Dicionário? Ou no Gúguel ou qualquer outro navegador da redinco, a Rede Internacional de Comunicação), o adivinho Nelso não acertou no título, mas carimbou  no tema. Sumiu, o cara, mora, me disse  o irmão, na Austrália ou Nova Zelândia, terra de David. Este,  até hoje, creio, não me perdoou de não lhe ter apresentado à petite alllemande. Pecado que se comete por desatenção. E lá sabia eu, quem era a petite Allemande?                   Sou um contador estórias? Encontrei um estilo pra chamar de meu?                                      Se o estilo é o homem, será certo  não existir homem sem estilo, difícil, porém encontrar quem dentro dele se esconde. Parece, a mim, pelo menos, tudo vem de mansinho e por acaso, quando você vê, já tem um estilo, tu nem sentes sua chegada, ou quando aflorou em você. E não se ensina. Coisas inda não explicadas pela ciência. E, por isso chamam de mistério, de milagres, os religiosos.   Melhor dormir. Sempre assim quando a pena corre leve, o sono  chega pesado e adeus sentido, no amanhã, continuidade no cinema. Você, de preto na cena, de branco na seguinte. Esta anacronia você pode fazer, outro, porém, o efeito. Também, o sentido. Em algum Lugar do Passado,  um belo filme, de efeito bonito e significativo. Um pouco complicado no escrever. Espera-se uma história de princípio, emeio e fim e o cara mistura tudo, como Joyce e o maluco do tiberio, não, não é o homem de Cézanne, é aquele da Fúria, do Nobel. Ele gosta de um cachimbo. O Som e a Fúria, William Faulkner, lembrei-me agora. Mulequim louco, o cara. Talvez, pior que Joyce. Né pior, não é mais normal, tanto que ganhou o Nobel. O pobre do Joyce, coitado, até fome, imagine? Também, um Ulisses daquele, né? Como ganhar o Nobel, mais político que artístico? Deixa eu calar minha boca, senão que não vai ganhar o Nobel sou eu.




quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

          



                        Né, brinquedo não, viu Mancambira? Não vi nada. Quem viu fui eu, rapaz! O que? Nem te conto. Então, caluda. Acordei, meio zambro, e, às apalpadelas, fui ao banheiro. No tempo do urinol, melhor, nem se precisava levantar. Era só passar a mão debaixo da cama e ali mesmo mijava no pinico. Um segre deve-se ter passado, ali na sentina, pois, ao voltar, um casal dormia em minha cama. Correr, primeiro pensei. Estaria sonhando? Morrido? Esfreguei os olhos, me belisquei. Aí você acordou? Pera, moço. Morreu em mim, o medo e inda bambo. Como os mamulengos? Isto. Fui-me chegando, chegando, passo de gato e o susto. Susto? Sim Mancambira. Eu, sabe? eu era o homem. E agora, José? Ele ali parado, mas uma força me puxava pra ele e eu me debatia para não ir. Um peso descomunal nas costas e eu tentando pedir socorro à minha mulher, ao lado. Voz? não saia. O corpo ali, inerte, que pavor! Tanto lutei, fiquei exausto. Me lembrei. Não se opor à força, acompanhar o movimento e fui-me deixando entrar naquele e do sofrimento sentia-me confortado até que me vi inteiramente dentro do outro, como uma só pessoa.  E aí, você acordou? Sim. Não.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

BRUNA SUFISTINHA

        





                        O mundo tá virado, Tunim. Virado, Zé? Ele já tá emborcado, de cabeça para baixo, hora destas, nóis escorrega e cai no precipício. Será o fim do mundo? Coisa nenhuma, Mancambira, pensando bem, tudo o que se vê agora, já se viu antes. Mas por quê isto agora? A Sufistinha, a Bruna Sufistinha, Dá. Sim, e o que houve? Abandono d’animais, sua própria casa, proibida d’entrar. Um gato, um cachorro valem mais que um de nós? Modismo e exibicionismo, Mancambira. A moda dita a vida, né Ziriabe? e o semostrador quer mostrar-se na moda. Mas, tudo se acaba, vai e volta. A moda de hoje, será o demodê do amanhã. Donato, meu mestre na arte da alfaiataria e, alfaiate dos melhores, saudade, mandava-nos, aprendizes, molhar os tecidos no Tanque de Baixo, não encurtar, depois de cosido, dizia: a moda é como nuvens passageiras, se desfruta o momento. Menin ouvia e não via. Hoje vê, muita sabença no sastre de Capela. Capela do Alto Alegre de Joaquim Machado e Rosália Gomes,

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

      


                      Né, não, Manca. Jogada deles. Mulher pare, crianças crescem. Almucatis, almucatis, miles. Crianças, perigo. Que não venham, vindo, degolem-nas. Assim, responde em Portugal, seu presidente. Tentar salvar duas, imagine dez mil, Mancambira? Herói quem as mata, et des femmes, et des enfants. Todoslos fustigam aqui e alhures, hodie et semper. Uno hay que estar em error. Quem? Sem respostas. O mundo tem medo de falar. A verdadeira censura. Quando te impõe o terror. Não aparecem mas estão, ali, ao teu lado. Podes nem desconfiar. Dissimilados, mudam de nome, alegando integrar-se, mas, para se camuflar. Depois vem o bote, entregas teu dinheiro, sorrindo. Fazem-te acreditar estar contribuindo para uma grande obra. Na arte de iludir$, pária, hoje aqui, amanhã ali.