terça-feira, 12 de agosto de 2025







         Eu também quero contar minha história, Horus Didi. Mas história, homem de Deus? Uma história e você vai ter de me corrigir quando errar na gramática, o resto deixa comigo. Conte sua história como você quiser e me deixa em paz. Tá, tá. Só que não sei por onde começar. Não tem regra, comece por onde quiser. Sou só ouvidos. Então, lá vou eu, de camisa e samburá. É uma história de pescador? E também de caçador. O bom pescador pesca na areia, o bom caçador caça na praça. Nem de anzol precisa, é com os olhos, feito jacaré. Humm, já vi tudo! Inda nem comecei! E nem precisa. Brincadeira, diga lá. E quem era caça, quem era o peixe? E quem seria mais que eu? Eu, a caça, eu o peixe inocente, fora d’água. E o caçador? Aí já está querendo demais. Suponhamos que tenha sido alguém muito velho do que eu. Só isto não dá para adivinhar. Nem quero que tu adivinhes, nem ninguém. Foi na praça onde todo mundo se reunia, paquerar. Estava nos primeiros momentos, no despertar da aurora. E agora que resolveram investigar a adultização infantil. o Felca, denunciando o Hytalo Santos, acho que devo contar minha história para o mundo, quem sabe não tomam providências por um momento? Eu também já tive infância até o momento em que um adulto resolveu  bagunçar a minha vida de criança feliz do interior de Minas Gerais. Sim, em Barris, na Praça da Igreja, tinha um nome, mas a gente chamava assim, na festa de N.S. Das Dores. Um quadrado que a gente andava ou ficava parado olhando o desfile das meninas de mini-saia. Bom de olhar, bom de ver.

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