Tu viste, Zé? Eu? Nem vi, nem quero ver. Melhor, nem lá, estava. Mancambira, mas tu é frouxo, mesmo! E de quem era aquele colonial em certo ombro? E lá, sei eu? Meu é que não era. Se o cara o tivesse deixado lá, já estaria nos ombros de um gajo, agora mesmo me olha, com estes olhos de gato sonso. Assim que é caba macho do Carrapato? Sou do carrapato, terra de caba macho, não de jagunço. E é preciso ser jagunço para ter coragem? Bem que não, no cangaço tem coragem e não tem jagunçada. Pra você ver. Nem é preciso ser destemido para arrotar valentia, basta vestir a fantasia que dê poder e chefia. Eita, verdade verdadeira, disse, tudo, visse? Mas, falo do babado que rola agora na redinco. Lá vem você, com a mesma estória. Não quero saber, já não estou mais aqui. Vem cá, homidedeus. Conversar, é só uma briguinha de famosos. Rapaz, povo não tem o que fazer, brigam por laiques, por ibope, como se dizia antigamente, faa que dá mais dinheiro. Tudo por dinheiro. Não, desta vez, acho que não. Há alguma coisa a mais. Aqui, basta um cara ser um pouco descorado, e ter um estrambótico sobrenome, vindo, sabe-se lá, donde, que nem ele mesmo sabe pronunciar pra se julgar patrão e tratar com chibatadas a que se chama dos Santos, da Silva ou de Jesus, como para lhes lembrar de onde vieram e com quem estão falando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário