sábado, 5 de julho de 2025

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

 


                    

                      Valdir sou eu, informações para (16) 98118-1410. Eu me chamo Aparecida Neusa Gonsalez de Oliveira: Peço, pelo amor de Deus, ajudem-me a encontrar minha filha. Sou de São Carlos-SP., e em 1981, quando atravessava uma fase dura de minha vida, com duas crianças para cuidar sozinha e desempregada, dei à luz uma menina. Me vi perdida, chorava de alegria e tristeza. Não tinha como criar a criança. Enfermeiras e assistentes sociais do hospital me aconselharam a deixar a criança numa Organização, até arranjar um emprego. Deram-me uns documentos, que eu, sem ler, posto que nada iria entender, assinei-os e, como uma louca entreguei minha filha, sem nem registrar. Só depois percebi o engodo, mas já era tarde e nunca mais vi minha criança. Quem será capaz de sentir a dor que estou sentindo? Quantas mães, hoje no mundo, vítimas desta vida infamante? Eu só quero saber se minha neném está bem, se está feliz onde esteja.


Fonte:https://www.facebook.com/groups/113905972278789/permalink/2600332220302806/?mibextid=rS40aB7S9Ucbxw6v

sábado, 28 de junho de 2025

FLOR-DE-LIS





       Eu me chamo Flordelis, nem precisaria dizer. A mídia, mais fofoqueira de que noticiosa, se encarregou de fazer a minha fama, não a fama que persegui e consegui com meu trabalho e meus esforços, a fama pelo infortúnio que qualquer homem pode passar. Hoje tou triste, muito triste. Os abutres que se banquetearam de minha desdita, não satisfeitos com o banquete, roem, os ossos. Buscam tirar de mim tudo o que produzi com lágrimas, suor e sangue. Hoje, vejo que, apenas queriam de mim, a fama e o dinheiro que ela trazia.






            Tu viu, Mancambira? A mentira tem pernas curtas! O cara não errou o nome da cidade onde teria tomado a facada? Como diz Ruy Barbosa: “A mentira não sabe como se safe das suas próprias armadilhas. Sempre se disse que mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo”

quarta-feira, 25 de junho de 2025

 



       Artu fala com migo! Ói, se você morrê, juro que vou te matá. Mato, mesmo, ou morro.

terça-feira, 24 de junho de 2025

JULIANA MARINS

Juliana, eu te compreendo o sonho inatingível. Como tu, Mancambira, queria correr o largo deste mundo, mas prendeu-te  ao chão o pélago profundo. O destino que tens de querer o impossível é igual a este meu de querer ser feliz. Ah! infeliz Juca do Mato, ah! Infeliz Juliana Marins, murchos são estes teus sonhos, murchos são  os sonhos meus.


sábado, 21 de junho de 2025

SE ME LEMBRO

    



                Descendo a Rua Chile, nem chega a ser uma descida, uma ligeira inclinação já perto da Castro Alves, entro na sub-loja procurar Sergipe e sinto que caí numa armadilha. Todos de preto, tudo era preto. Eu ali, parado sem saber o que fazer. Descera para salvar (lembrei-me d’ACF) dois gatos, mas quando me dei conta, tinha escorregado numa escarpa íngreme, e,  nem gato nem nada. O chão, uma lama, logo percebi ser chocolate derretido, doce, gostoso e quente. Minha xala, que ia na frente, escorregou e caiu estatelada no chocolate. Ela começou a se lamber para se livrar do chocolate por todo o corpo. Ela, minha tia materna, nos fazia rir.


quinta-feira, 19 de junho de 2025







Foi-se, Mancambira. Entregou-se à mãe terra, ou o entregaram, pois, duvido que ele, de moto próprio, tenha-se entregado, ou tenha escolhido o bom descanso. Prumodisto, não desejo que alguém descanse em paz. Morto não tem descanso, nem cansaço, nem vontade de escolher. E se escolher pudesse, escolheria, juro, o cansaço da vida. Que adiantam, agora, os gritos, as lamentações? Não os ouvirá, ele, não os ouvirá. Jamais. Vai,  Cuoco! Vai? Levem-no! Ele não é mais.