Não existe regência no verbo conhecer, ele é transitivo direto, logo não precisa de preposição para ser compreendido, portanto, a preposição sobre não cabe aqui. Por esta razão, Mancambira, o correto é dizer: conheço isto, conheço aquilo. Eu sei, professor, mas está moda usar a preposição sobre em tudo. É, Zé Mancambira, a moda passa e você fica. Ultrapassado, você quer dizer, né, mestre Horusdidi? Isto mesmo, Mancambira.
NOITE EM PARIS DEUS CARMO
segunda-feira, 16 de junho de 2025
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Eita mundo veio loco, né, Frei Tiodoro? Louco e desumano, Mancambira. Que diferença há entre Oxosse incorporar-se num corpo humano é Jesus Cristo incorporar-se num pedaço de pão? Qual é mais louco? Levém coisa, nunca vi um padre falar tanta baboseira. E quem te disse que foi Frei Teodoro que falou isto? Num foi ele não, rapá, foi Cirilo aquele descrente? Ah, foi o excomungado? E quem te disse que Cirilo é excomungado? Um zombeteiro, nem sabe o que está dizendo. É, se olhar bem, é difícil aceitar que Jesus esteja de corpo inteiro num biscoito fino daquele. Hahahaha. De que você está rindo, cara pálida? De um terremoto no Peru. Estavam assistindo a uma missa no Peru e de repente a terra começou a tremer. Não ficou um só fiel na igreja. Nest’hora não há Deus certo, Mancambira.
domingo, 1 de junho de 2025
HIPÁCIA
Hipácia
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Pá, impávida, Papá, era Hipácia de batismo e certidão de cartório. Gostava de chás e sorvetes, mas aqui, não sendo muito comum casas de chá como acontece na Europa, ela então, ia com frequência, com seus amigos tomar sorvete na Ribeira. Era, deveras, uma viagem, como se fosse uma outra cidade. Só o trajeto valia pena, não tanto como na época dos bondes, mas ainda assim, muito pitoresca. Saia-se da Praça Visconde de Cairu, passava-se por Água de Meninos, pelo belo conjunto barroco da Casa Pia de São Joaquim, pela Calçada, passando em frente à Estação Ferroviária, seguindo-se pelo Mares, Barão de Cotegipe, Boa Viagem, Bonfim até chegar na Ribeira. Lá os esperavam as sorveterias e os saveiros emoldurando a paisagem. Viajar, como diz Zé Mancambira, é como abrir as páginas de um livro. E quem é Zé Mancambira, Pá? Um cara que mal sabe ler, no entanto, mais que todos nós, conhece a vida. Ele compara o mundo com um livro e cada viagem como uma página deste livro. Ah! A gente precisa conhecê-lo. Pessoalmente, impossível. É um personagem do romance Noite em Paris de Deus Carmo. Têm que ler o livro. Rolaram pelo chão. Na Sorveteria, Pá, mais encantada com as cores, do que mesmo com os sabores dos sorvetes, perdia-se na contemplação deles, experimentando sofregamente, cada sabor, que a deixava mais indecisa. Eram séculos e séculos por se decidir. E quem não titubeia ante um festival de cores e sabores dês que se inventou a shurba? Sim palavra sorvete veio do árabe através do turco sherbet até chegar até nós e teria sido inventado pelos persas e trazido para o ocidente por Alexandre, o Grande, embora também a China tivesse inventado uma bebida feita de neve, mel e sucos de frutas. Dá era todo olhos para Pá e ela percebia isto, mas em momento algum lhe dava mais atenção do que dava aos demais colegas amigos e era justamente isto que os fascinava. Dá, muito embora não se tenha esquecido de Aimar, era o mais fervoroso dos admiradores. Quem, realmente esquece seu primeiro amor, mesmo que não tenha sido correspondido? Assim é, e parece, assim será, porque. mudam-se os tempos, mas o homem, este não muda ou pouco muda. Pá, seus olhos verdes, cruéis, tentadores faziam-lhe, momentaneamente, esquecer-se de sua primeira paixão. E embora, nada tivesse com ela, sentia ciúmes, sentia-se traído. Ninguém estava ali, de olho em alguém, somente ele era assim. Falta de costume. Não fora criado com mulheres, estudara o tempo todo em colégio interno, onde não estudava meninas, e, por isto ainda não aprenderá a lidar com suas novas colegas. O sistema educacional de colégios internos só para meninos e meninas tinham inconveniente de segregar os jovens causando desvio comportamental, tornando os jovens de ambos os sexos, tímidos, com dificuldades de lidar com o sexo oposto. Saído do internato, era o mais tímido, o mais apaixonado, o mais temeroso de receber um não, o mais arredio à moda que, de certa forma, integrava o jovem no meio jovem. Quem não seguisse a moda, estava, fadado a seguir discriminado. Tinha consciência disto e até mesmo ouvira dos colegas comentários a respeito de um que não se vestia conforme a moda e andava falando de poesia e de literatura. Este cara parece ser do século passado, diziam e se riam dele. Eu me perguntava, o que dizem de mim, quando não estou presente? Sim, porque toda ausência é atrevida. Voltemos à Ribeira e enquanto saboreamos nosso sorvete, caminhemos pela Enseada dos Taineiros, façamos uma visita ao Solar Amado Bahia, visitemos o conjunto colonial barroco da Igreja Nossa Senhora da Penha, um pulinho à Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat, uma das únicas com um alpendre na frente para proteção do sol e da chuva e o passeio completo e a vontade de tomar outro sorvete.
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Eram sete. Quatro meninas e três meninos, todos entre 18 e 19 anos. Saídos do ensino médio, outros, já em faculdades. Um, havia, que tinha um apelido incomum e interessante, cornaca. Espera, não é nada do que você está pensando. Estudava veterinária e queria ser tratador de elefantes, portanto, cornaca. A Bahia é outro mundo. No Ceará não tem disto não, não tem disto não. Imagina alguma coisa? Na Bahia tem, inclusive amansa-cobras. Como todos no Brasil têm seu apelidos, uns carinhosos, outros de duplo sentido e ainda os perversos que enfureciam seus donos. Havia-os de toda forma: Bundào, para um que tinha aquela parte do corpo muito avantajada; Everest era um que tinha seu órgão de sentar-se maior que os demais; Baiacu, um sujeito baixinho e grosso. Ah! Tempo bom. A intica corria solta e nada acontecia, uns poucos se insurgia contra os apelidos e a intica, no demais era só pura brincadeira. Hoje, intica virou búlingue e é crime. Inventaram um tal de assédio que castrou a veia cômica do povo brasileiro.
sábado, 31 de maio de 2025
domingo, 25 de maio de 2025
JUIZ NÃO AMEAÇA, ADVERTE
Juiz não ameaça, Mancambira, adverte, por dever legal, à testemunha, de que deve dizer a verdade, sob pena de prisão por crime de falso testemunho, esclarecendo-lhe que só pode se omitir por fatos que o incrimine, porque ninguém é obrigado, por lei, a depor contra sí próprio. Não é verdade, portanto, que o Ministro do Supremo tenha ameaçado um ex-ministro da república.
Ora, como pode a imprensa falar em ameaça, se a lei obriga ao juiz advertir à testemunha das consequências de suas declarações?
quinta-feira, 15 de maio de 2025
Pura construção intelectual, meu amigo, uma figura de papel, nada mais do que isto. Jesus Cristo, meu Senhor, meu Salvador. Mas, por quê tanta preocupação, se a terra segundo alguns não durará muito! Imagina, para onde vai tanta gente? Newton, físico e matemático genial, mas igualmente imbecil, previu o fim do mundo para o ano 2.060. Estou me cagando de medo. Medo? Nem devias ter. Daqui pra lá, tu não tem nem os ossos quanto mais, bosta para cagar. Agora, cientistas, baseados em cálculos matemáticos afirmam: o mundo vai se acabar muito antes do previsto. Calma, Hélio, inda dá tempo de respirar! Alguns milhões de anos. Em 1980 Nélio José Nicolai inventou bina e tu esquecestes, assim como esqueceram milhões de brasileiros que deveriam estar exigindo indenizar para sua família. Isto é o mundo, enquanto se abusa de crianças se debate sobre bonecas. Enquanto as autoridades se preocupam com o pobre caçador que caça para matar a fome, os fazendeiros matam toda fauna nativa com veneno! Todo mundo tem uma avó pegada a dente cachorro, ninguém sabe nome, onde nem quando, conversa fiada de quem quer esconder origem africana. Por quê tantos aviões? Como posso me lembrar, doce ilusão de que aquela casa nos protegesse. E assim dizia Mario Clinton de Almeida, bravo imigrante angolano. Prefiro, mil vezes, ser gari em Paris que ser rei em minha terra, n’África. Há, na terra, mais feios e pobres que bonitos e ricos. E gritar? Quem grita? Para estes o paraíso, para aqueles a danação! E William, dramaturgo e poeta, o maior o mundo, chega-nos simplesmente Guilherme, não é shakespeare? Menos poeta? Se o nome diz qualquer coisa não é o Guilherme que vai dizer, antes o longínquo o William. Sempre foi assim, o nosso não faz boa profecia. Ingratidão dos que respiram o mesmo ar, bebem da mesma água, perseguido por seus próprios cães. Vida revivida, rien de nouveau. Ah, se pudesse! O adágio do quarteto de Cordas 19 em dó maior. Mozart, Mozart! E a Lady Gaga, e diria, Gagá, em Singapura saía às ruas beber cervejas e outras coisas; no Brasil, nem na varanda, saiu; estou cagando pr’ela, muito embora ela esteja nem aí zumim. E Montessori, quem diria? Namorou Hitler e Mussolini. com suas ideias da criança perfeita, branca, superior; da separação entre criança normal e a anormal. Eu quero é mais. E os asquens têm tudo a ver, negros, negros, negros, o ouro! Non, non, non sei porquê, num casal, um briga pelo outro, se neste mundo todo mundo é puta! Ihche, o dia hoje, amanheceu salgado, né, Seba? Ih Ih bota salgado nisto! E pesado, e sombrio, e escuro que nem posso retratar com minha roleiflex. Este mundo é muintcho djoidjo, né Frei Teodoro? Uns usam uma cenoura, outros um vaso de rexona lambuzado de hidratante! Imagina fazer amor na Idade Média! O culto ao corpo, proibido, coisa do demônio. Santo era quem mais fedia! E todos queriam ser santo. Imagina está turma de fedorentos no céu! O local mais podre! No inferno, pelo menos, o fogo queimava as impurezas e a fedentina, não existia, por isto mesmo, quando eu morrer, se eu morrer, se não encontrarem o elixir da vida eterna, quero mesmo é para o inferno. Imagina encontrar aquela gente mal-cheirosa, mostrando aqueles dentes podres lá no céu. Quero não, quero não, quero não. Entre beijos e tapas vive o casal Macron e Brigitte, reacendendo comentários de casamento de fachada; Macron seria mais do que isto. E quem se importa? Enquanto visita o comunista Vietnã. Promove a guerra na Ucrânia e incentiva limpezas na face da terra. A França, Mancambira, é chegada estes escandalosinhos. Lembra-se de Feliz Faure que morreu de apoplexia enquanto Magueritte Steinheil lhe fazia um boquete?
sexta-feira, 9 de maio de 2025
Oh, mundo! Oh admirável mundo novo! Quem te atura? Quem, Bach, vai tocar esta partitura? Neste tão admirável mundo, quem sustém a fuga sem escorregar o dedo que mantém a repetição e arte do contraponto sem ferir ouvidos? Ninguém mais o faz, e basta-lhe um dedo fora do compasso, o compasso deles, para que lhe caiam como enxame a picar-lhe carne e consciência, técnica e inspiração. O cancelamento da redinco e a inquisição deste admirável mundo pós-moderno, da sociedade liquida na qual tudo se dilui. Tudo é nada e nada é tudo. Oh! Mundo! repetição sem compasso, compasso sem métrica, de notas inarmônicas!