terça-feira, 29 de julho de 2025

MUNDO FERA

         





         Fera, Mancambira, muito fera, manca. Este mundo. De que, Horus? O paradoxo de Epicuro, será que Deus quis, realmente, isto? Isto o que Horus Didi? O menino que matou o pai, a mãe e o irmão!

sábado, 26 de julho de 2025

PRETA GIL

      





              O cara não atende ao telefone. Cada maluco, sua mania. Mundo louco, chose de lôque, como dizia, Jô Soares. Fui obrigado a mudar de telefone, o cara não ligação de desconhecido. Alô! ACF! Convidado já, sem chance de magoar. Para quê? Tem um colega que só de palitó preto. E daí? Daí que ele está sempre preparado para ir a um enterro. É louco, ele? É, como eu, como você. E o convite? É pra irmos a um. Quem morreu? Nem eu, nem você, conhece. E o que a gente vai fazer lá? Ver gente. Coisa que a gente não vê, você porquê dos bichos, eu, porquê da cama. Bom isto é verdade. Mas, quem morreu mesmo? Já ando traumatizado, nem mesmo, esqueci de um, vem você me chamar pra outro. Não, não vou. Mas não vai ser no Rio? Não vem pra Bahia! Se for no Rio a esta altura já foi enterrada. Mas eu, nem gostava tanto dela! Tampouco eu, ACF, mas, sei lá, é um pedaço da Bahia. É nestas horas que devemos estar juntos, meditar juntos, chorar juntos e descobrir juntos nossas diferenças e fortalecermos nossos laços. É isto que forma um povo, uma nação. Não esperemos que os líderes nos chamem a participar da vida do país, tomemos nos a dianteira. É, cara, foi enterrada ontem mesmo no Rio, só não te liguei porque de sua mania de hora pra tudo, até pra cagar. Quero ver se você vai poder definir a hora de morrer. Nem RIP digo. Ela, nem sabe. Aqui não mais está. Que choram por ela. Como desejar seu descanso? Nem a ela, nem a mim engano, somente aos outros. Quem fica chora, quem parte nem sabe que partiu. E io, na cama, um tempão, assim, eu. Acostumar o corpo pra gaveta. E vou eu aguentar? A claustrofobia me mata. Uma coisa é certa: imbecil o padre que criticou os prixás por não terem ressuscitado a Preta Gil. Por acaso, ele já viu alguém ressuscitar um morto em nome Jesus Cristo?

terça-feira, 22 de julho de 2025






Mas, o Senhor, querendo, pode falar com o Sr. Romero Celso de Melo, agora, mesmo na casa vizinha.

O Oficial de Justiça, saiu com seu séquito para falar com o executado. Sabia que não podia fazer nada para aquele crédito de milhões, inda mais quando percebeu que a casa vizinha era uma casa madeira, mostrando o interior pelas frestas da tábuas. Procurou a porta e não viu. Já ia dirigindo-se à um bar vizinho, onde se jogava sinuca e conversavam alto, quando viu pelas frestas aquela senhora que o chamava. É por aqui, Senhor. Ele, retornou e a  senhora abriu  a porta, por onde entrou e seu séquito, e começou a subir uma rampa, quando um jovem, esquio de barba por fazer, mas muito bem cuidada, que a Senhora me apresentou: O Sr. Romero, o Sr. Romero, Sr. Oficial, repetindo como se adivinhasse  minha descrença. Eu estirei a mão para saldá-lo quando percebi que ele portava luvas. Falou-me educadamente e pediu que o esperasse na saleta ao lado. Eu virei para a senhora. Já entendi tudo, senhora, já entendi tudo. A sala era tão apertada! Pedi licença para tirar a camisa porque está me sentindo afogado e lamentei não ter trazido o celular. A senhora me disse: muito bom, senhor, que tenha entendido, assim pode nos ajudar. A mocinha perguntou à mãe: ajudar, ajudar como minha mãe? A mãe fez um sinal e eu lhe disse. Eu não preciso lhe ajudar em nada senhora, não será bondade minha, basta cumprir a lei e já estará, definitivamente, ajudada, porque em nosso país ninguém vai preso por dívidas, graças a Deus, usando o chavão nacional. A esta altura já estava completamente sufocado pelo calor e o roupão apertado que vá portava, dizendo-lhe não ter dormindo desde a noite anterior. 

Vale a pena, vale a pena  viver, Mancambira. Como renunciar a ver tanta beleza, tanta, pura criação do homem, igualando a natureza? O homem, este demônio doido, cão medonho das portas do inferno, um Deus maluco que nos enlouquece mais ainda com as coisas faz! Como renunciar à vida, né, Nietzshe, se o que nos espera é a eterna escuridão?

Não, Mancambira, eu não me canso, como Pessoa. Quanto mais apanho, mais vontade tenho de viver. Nam sou besta, nem nada, para deixar tantas bondades para os outros.

sábado, 12 de julho de 2025

BIRA E FABÍOLA



          Doações: 

          Pix-07049211621 Ubiratam Rodrigues da Nova

            

Este, Mancambira, um pedido dolorido, mas justo,  faz bem à alma. Fabíola em de uma cama. carecendo de transferência para tratamento no Brasil. Você, Zé, ajudar com o pix que você vê aqui, com Vakinha

quinta-feira, 10 de julho de 2025

HUMAIRA







         Humaira. Só. Trinta dias. Sem fio. Guilhotina. Mayra procura um noivo. Ela estava só, apodrecida. Tu te chamas homem? Guilhotina. Veríssimo e sua concubina, não o anjo. Não seria justo, quem gosta de comer criancinhas é o Deus guerreiro do deserto. Senhor Trumpeta espatifou tudo. Nada será como dantes, nos quartéis de Abrantes. Guilhotina tá na moda. E a pastora do cárcere privado matou a mulher de inanição. O céu precisa de almas, né, Madre Teresa de Calcutá? Justus. Nenhum astrólogo dirá o que vai-te acontecer. Ninguém dirá: a lua vai pode transformar a vida dos cabras do signo a, signo z. Guilhotina. Só. Tu não podes comprovar. E tu só tens vinte bilhões de anos pra pensar.

sábado, 5 de julho de 2025

EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

 


                    

                      Valdir sou eu, informações para (16) 98118-1410. Eu me chamo Aparecida Neusa Gonsalez de Oliveira: Peço, pelo amor de Deus, ajudem-me a encontrar minha filha. Sou de São Carlos-SP., e em 1981, quando atravessava uma fase dura de minha vida, com duas crianças para cuidar sozinha e desempregada, dei à luz uma menina. Me vi perdida, chorava de alegria e tristeza. Não tinha como criar a criança. Enfermeiras e assistentes sociais do hospital me aconselharam a deixar a criança numa Organização, até arranjar um emprego. Deram-me uns documentos, que eu, sem ler, posto que nada iria entender, assinei-os e, como uma louca entreguei minha filha, sem nem registrar. Só depois percebi o engodo, mas já era tarde e nunca mais vi minha criança. Quem será capaz de sentir a dor que estou sentindo? Quantas mães, hoje no mundo, vítimas desta vida infamante? Eu só quero saber se minha neném está bem, se está feliz onde esteja.


Fonte:https://www.facebook.com/groups/113905972278789/permalink/2600332220302806/?mibextid=rS40aB7S9Ucbxw6v