segunda-feira, 1 de setembro de 2025

SE É QUE ME LEMBRO

        



          O nome não me lembro de jeito nenhum, mas, nomes, não são importantes. Para alguns, sim. Traz uma carga simbólica influenciando a narração. Pois bem,  inventemos um. Fidel? Sim, aquele simpático mercador de requeijão na feira de Vaz da Roça. Chamavam-no simplesmente Fidé. E como ele, não Fidé, mas o outro do qual não me lembro, era meu amigo vou chamá-lo de Fidel, Fidé. Mas não era meu, pois o vi só naqueles dias de carnaval, quando, fantasiados de pierrô, tão démodé que acabávamos chamando a atenção de todos, inclusive de jornalistas e influênceres querendo arrancar da gente não sei o quê do passado. Houve momentos que eu estava numa roça, roubando cacau, fazer chocolate caseiro, refazer as energias perdidas na folia. Fácil, porque a roça terminava ou se iniciava no quintal da minha casa. Quem tem roça na beira das cidades está fadado a ser constantemente roubado. E eu roubava, cacau a despeito de ter os meus, mas como ficavam distantes, preferia os de Seu Noberto, vizinho aqui e lá na minha fazenda. Ele mantinha um grupo de seguranças para proteger a roça de invasores e ladrões. E ladrões como eu que entrava para uma ou duas ou três cabaças de cacau, quando não trazia da roça. Mas existiam ladrões que numa bandeira de cacau e levavam. Cacau preço que a depender da bandeira você faz uma arroba.

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