segunda-feira, 15 de abril de 2019

NOTRE-DAME DE PARIS















                                           Agora  me retei mesmo. Quero saber quem botou fogo na minha Nôtre-Dame. Na sua Nôtre-Dame?  Agora ela é sua? Agora, não. Ela sempre foi minha. Quem leva turista para ela, todos os dias? Que a conhece mais do que eu, para informar ao visitante tudo o que acontece e acontece nela? Quero sim que me descubra que pôs fogo na minha joia. Quem chamem Sherlock Holmes, corram à Baker Street e o tragam nem seja amarrado e de charuto apagado, mas tragam, é urgente. Corram, corram, chamem todos os bombeiros do mundo, não a deixem queimar, é como queimar o mundo, corram. Rapaz, que agonia é esta, deixa que os homens estão cuidando, depois, o mundo não vai se acabar! Não? Não para você, insensível. Ela é minha vida. Não sabia que você fosse tão devoto dela. Devoto? Que devoto, rapaz? Tudo que tenho devo a ela. Você entende?
                              Gandra, onde estás agora? Tu te lembras? Rapaz, se isto aqui pegar fogo, não fica nada. Que nada, pá, aqui nunca pega fogo, é muito cuidado.
                                     Ginka, veja estas gárgulas, lindas e horríveis. Você tinha medo, mas era de mim. De Norteamérica, conhecer Paris. Todos querem conhecer Paris. Jean, onde estás Deglun? Estivemos aqui, vindo da Feijoada, lembra? Quantas pessoas morreram para construir isto aqui. Escravos. Quantos?  Gritos de dor.

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