Né, brinquedo não, viu Mancambira? Não vi nada. Quem viu fui eu, rapaz! O que? Nem te conto. Então, caluda. Acordei, meio zambro, e, às apalpadelas, fui ao banheiro. No tempo do urinol, melhor, nem se precisava levantar. Era só passar a mão debaixo da cama e ali mesmo mijava no pinico. Um segre deve-se ter passado, ali na sentina, pois, ao voltar, um casal dormia em minha cama. Correr, primeiro pensei. Estaria sonhando? Morrido? Esfreguei os olhos, me belisquei. Aí você acordou? Pera, moço. Morreu em mim, o medo e inda bambo. Como os mamulengos? Isto. Fui-me chegando, chegando, passo de gato e o susto. Susto? Sim Mancambira. Eu, sabe? eu era o homem. E agora, José? Ele ali parado, mas uma força me puxava pra ele e eu me debatia para não ir. Um peso descomunal nas costas e eu tentando pedir socorro à minha mulher, ao lado. Voz? não saia. O corpo ali, inerte, que pavor! Tanto lutei, fiquei exausto. Me lembrei. Não se opor à força, acompanhar o movimento e fui-me deixando entrar naquele e do sofrimento sentia-me confortado até que me vi inteiramente dentro do outro, como uma só pessoa. E aí, você acordou? Sim. Não.
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