sábado, 6 de abril de 2024

A GUERRA DO OCIDENTE CONTRA A RÚSSIA

        




                        A Rússia perde esta guerra, Mancambira. Não queria falar disto, vocês me perguntaram…

                            Dizem, por aí. Não se pode falar de coisas fora do tema do romance. Quebra a unidade, a autenticidade.

                     Críticos ditam regras, escritores, escrevem. Quando na Escola de Teatro, li do crítico Walter Kerr, péssimo dramaturgo, o Shakespeare. Seus personagens,  ao morrer, fazem um longo discurso, ninguém aguenta, a vida não é assim.

                     Ora, perto de Shakespeare, quem é Walter Kerr na fila do pão?

                       Primeiro, Shakespeare não se propunha a reproduzir a vida, mas recriá-la.

             Não, não devem existir regras. Nem mesmo a vida tem regras, ela é.

                   Por isto, conto a vida, mas  sem peias, como sai de minha cabeça, tanto a vida deste mundo torto, como a vida desta Capela véia de Joaquim Machado, Né, Zé de Danié? 

                      Mas, uma coisa é certa. A guerra é um erro, muita morte por coisa nenhuma.

                  Não, Vavá, não é questão de certo ou errado, de ter ou não ter razão. Guerra é política, quando falha a palavra, parte-se para porrada. Mortes, vai sempre ter. Isto é bom, o homem só aprende com sofrimento.

                  Mas só quem morre é peão, coronéis não morrem. Verdade, Miguezim, porém, muito peão merece morrer. Essa não. Esta, sim, tio Zito. Um exemplo. O sujeito joga comida fora. Só por isto, tem de morrer? Sim porque, quando se joga comida fora está-se privando milhões de outras pessoas daquele alimento. Fome, causa de guerras. Estruir comida aumenta a carestia, provoca a fome, causa conflitos e guerras, pior que matar alguém. Não concordo, Didi, mas… vejam a diferença, matar um e matar milhares.

                          Sim, e por quê a Rússia vai perder? Não há guerra contra a Ucrânia, mas contra o Ocidente, na Ucrânia. Se outros países não ajudarem a Rússia, de qualquer maneira, ela vai perder.

                     O drone vai continuar voando até te matar ou até cair em cima de você, para te deixar ferido, até que outro venha te pegar. O outro segundo vem para te liquidar. Dizum.

                    Outrodiz lutamos, luta inglória  para manter sob nosso controle a Porta do Donbas. Se os russos tomarem esta colina, abririam a porta para chegar a outras cidades. Imperioso detê-los. Eles têm muitos efetivos, grande minição, e, pigarreia, atacam, atacam, constantemente, tanto por ar, como por terra. Pesada artilharia. Nós, resistimos, Deus sabe até quando. Medo? Como não ter? Eles têm medo. Guerra, ruim para todos. Eles,  sofrendo para nos matar,  nós, sofrendo para não morrer.

                      Longe do campo de batalha, mas não tão longe para não ouvir os tiros, Mykola, num banco em frente de casa: “não importa o que aconteça. Plantamos batatas e capinamos os jardins. Presos. Não temos aonde ir,  diz acariciando seu cão. Vamos ficar até o fim, se nos pegarem, nos pegaram e é isso.

              Ninguém pode me dizer que isto não seja triste. Vida, é a vida.

       

       

          


                        


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