terça-feira, 24 de maio de 2022

 






                       

                                           

                                                 Quando Dá chegou na entrada do Alto da Teresinha, ou foi do Rio Sena? Lá sei, eu? Não é geógrafo, historiador, cientista algum. Não se obrigue o escritor a saber de tudo, deixar correr a imaginação. Parou na mercearia de Seu Zavinho. Que digo? Zavinho era em Capela, onde comprava biscoitos Pilar para ir pra casa de tia Rita ou de Tia São Pedro. Digamos seja a Venda de Antõe de Cornelio. Comer um sonho, fome de meio-dia, e, quando a larica batia era um ovo cozido, um sonho, uma coxinha, coisas, que mais matam a gente que a fome. Uma neguinha, pés descalços, vestidinho colado ao corpo, mal escondendo a beleza de suas curvas, desgrenhado o cabelo, ainda bocejando, um ligeiro cheiro de cio, tresbordando sensualidade, denunciava o ter-se acordado naquele instante. Pediu um ovo, recebeu-o, contou as moedas na palma da mão, entregou-as ao vendeiro e saiu sem nem olhar para trás. Está aí, Só não compra a metade de um ovo, porque se não o pode partir, Antõe de Cornélio. E pensar, disse-lhe, que Elon Musque pode comprar todas as galinhas e ovos do  mundo! Moço, este cara é tão rico assim? Se é? Derriba até governo. Governo? Derruba? Este que está aqui visitando o Presidente? Sim, este mesmo, derrubou o  governo da Bolivia. Antón, né flor que se cheire. Dois mundos e eu no meio, sofrendo feito besta. Deix´eu saborear este sonho, ah! delícia, mais que  a Bile Olhosdomar Ailiche.

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