Desce daí, Guga, que tu não é mais menino para andar numa altura desta. Que nada, rapaz, vaso ruim não quebra. Moço, não brinque com a sorte, e se o vaso for bom? Ai, ele quebra e é sinal de que sou um cara bom. Eu sendo você, não me aventuraria a andar numa altura desta. Vai que dar uma tontura, uma escorrega e aí? Tu medroso mesmo, eu me sinto como um garoto de 20 anos. Sentir é uma coisa e ser é outra. A cabeça pede, mas o corpo não ajuda. Eu duvido que você fizesse isto no Brasil. Mas lá não precisa, lá gente pra tudo e depois eu preciso exercitar o corpo. Exercitar, sim, não, arriscando a vida. Se tiver de morrer, plaboy, até numa cama se morre. Não dê chances ao azar, Guga. Que azar, árabe fatalista. Depois não diga que Santo Antonio lhe enganou. Eita sujeito supersticioso e é materialista! Bom, vou preparar um drinque, desça logo daí. O que você quer beber? Caipirinha de Cabeceira do Rio, a de Utinga, que você trouxe, seu nojento, só falta um pouquinho. Tu, pirralho já subiu em pau? Já roubou goiabas no quintal de Rosalina? Nunca me esqueço, Vade de Piroquinha, o manguá comendo e ele se cagando. Tome-lhe reio. Que história, subir em pau. Isto só vocês, do interior. E de goiabeira, é com Damares. Quem subiu, mesmo, no pau da goiabeira? Foi ela ou Jesus? Ha, há, há. Vai fazer logo este drinque, quero tomar aqui em cima, está até distraído. Não, se for pra tomar aí em cima, não faço, desça logo, ou eu não faço. Tá bom, tá bom, medroso. Desce daí, a caipirinha tá um ouro. Quando acabar aqui, vou cair matando. Trouxe também uns mocós, para tira-gosto. Nunca ouvi falar. É um roedor silvestre, mas eu crio lá na roça. É super gostoso. E o IBAMA permite? Sim, com licença. Acho que a única maneira de preservar os animais é domesticá-los. Fora disto, será a destruição total. Me dá uma lasquinha dele aí, experimentar. Bicho, que delícia. Desce e vem comer mocopinga. Põe aí uma daquelas chulas do sertão. Quero ouvir daqui. Aaaaiii. O que foi rapaz? Corre Rose o gugu caiu lá de cima.
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quinta-feira, 21 de novembro de 2019
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
REQUIEM PARA BOLÍVIA
Nós somos um só. Que um só, rapaz? Cada um é cada um. Não dizem, cada cabeça um mundo? Como ser um só? Que você acha, Macambira? Rapaz, fica difícil. Que a gente se parece muito, parece. Eu conheço meio mundo de meu Deus e vejo muita gente parecida. Se parece o corpo, há-de de ter quem tem alma parecida com outra. Mas é doido, mesmo. Quem tá falando de alma aqui? E não? você não disse, cada cabeça um mundo? Isto não é alma. Alma, burro, mente, cabeça, tudo a mesma coisa. Mas, que doidura vocês estão falando aí? José de Nazaré, chegando, com sua fama de homem mais sabido de Capela do Alto Alegre, Rosalina Gomes, de João Teiú, de Maria Cagona, de Tenente, de Zé Canário, de Zé Mancambira, Tico doido e outros bichos não menos famosos, que se se for nomear tem de escrever um livro. Quando ele falava, diziam, os outros abaixavam o rabo. Nós tá falano aqui do gorpe na Boliva, gritou Zé Pretim. Sai, do meio, Zé Pretim que ainda falta muito pra gente. Pois os caras não derrubaram o Evo? Quem? O Evo Morales, presidente da Bolívia. Ah, foi, disse Zé de Nazaré, caneta, que não era azul, n´orelha, cofiando o bigode. Camacho rima com capacho, fala de um mais exaltado. Vejo, revejo-o. Juntos montando a bicicleta do Les Cracks, o filme de Joffé. Rindo de Bourvil, seu nariz, também discriminado por seu nariz aymará. Como imaginar, tarde no tempo, o aimará ser atacado, pelo nariz, sua identidade. Plástica, modificar o ancestral nariz. Assim é o vencedor, ataca o que mais nos identifica.
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