segunda-feira, 13 de setembro de 2021

GILGAMECHE E ENQUIDU







                                        Que vês agora, Dá? Gilgameche, aquele que viu tudo, o que descobriu a origem, no seu carro  a cavalos, correndo mundos, busca a eternidade, estás vendo Zé Mancambira? Ele, Gilgameche de Uruque e sua máquina de correr mundo. E correu mundo, com Enquidu, seu amigo. E fez o mundo tremer. E Ischitar, a bela, deusa que não podia ser amada, pena de morrer o amante,  com ciúmes, mandou uma doença que matou Enquidu. Gilgameche saiu doido mundo afora em busca da eternidade. Longe andou até encontrar Utinapischitim, o imortal. A imortalidade?  Os Deuses mandaram que eu fizesse uma grande arca que coubesse um casal de cada animal da terra. Assim o fiz e me tranquei na arca com os animais. Começou a chover, seis dias e seis noites e o mundo se inundou. Tristes dias, tristes noites, irados estão os deuses, o homem chora. Gilgameche, lindo rei a nós nos socorrei, rei, rei, o Gilga é nosso rei. No Gilga ninguém mexe. lindo rei, lindo rei. Preso estou, não há lugar na cidade onde não me reconheçam e tentem me matar. Diz a lenda que sou imortal, não acredito, mas todos acreditam e se unem contra mim, embora temam a maldição. Tento voar, não yenho forças e nem sei se ainda posso voar. Estouraram ali muitas granadas, pensando me matar, eu me livrava de todos. Comprei uma cornemusa, me disfarçar em músico, ainda assim me reconheceram. Me escondi na casa duma parente. Tão pequena, parecia pendurado numa gaiola, sobre um precipício. A entrada, por escada interna em parafuso. Condominio de escadas, comum a todos, desvelando a intimidade. Pareciam felizes, no entanto, seus moradores. Vi do outro lado, numa gaiola pendurada no precipício um velho de barba branca e comprida. Tinha um zuzá no tornozelo e segurava um tacape, iria para alguma cerimonia? Seus cabelos pretos escorriam sobre os ombros, escondendo partes das orelhas furadas. Seu nariz, largo e grande, sua pele preta do que vermelha, denotava misturas de povos. Trazia um tibério na boca, do qual  soltava fumaça, de vez em quando. Quiz lhe falar, ele não deu atenção. Saberia de mim, e por medo me tenha ignorado? Sim além de perseguirem, maltratavam também, quem desse ajuda ou gesto de simpatia, fizesse.

 

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