quinta-feira, 27 de maio de 2021






 


                                      E ontem passei o dia todo esperando o dia acabar e nada de acabar. Sempre navegando na redinco para saber se lá para os lados do oriente o mundo já tinha acabado, mas  nada, muitos lugares, parece que nem sabiam que o mundo iria se acabar. Zé Mancambira ficou admirado, como poderia eu, um doutor, ficar esperando o mundo se acabar. Se Antõe cego, que era o maior curandeiro de Capela, num previu o acabamento do mundo, é porque de fato ele não iria acabar. As vezes era precisso dar uma corridinha n´Aroira. Ismael era danado para prever as coisas, mas se ele tampouco previu o fim do mundo para ontem era porque não iria acaber mesmo. E tome-lhe cachaça, e tome-lhe pirraça, (Tá na moda, bullyng, colonos, não sabem, do latim bullire, ferver), e tome-lhe ódio, e tome-lhe cancelamentos e tome-lhe execuções e tome-lhe e. Tudo o que não presta. A coroa veio com pouco espinho, não sangra, se sangra não se esvai.

sábado, 15 de maio de 2021








                                        Oi tudo bem? E pode tá bem, Didi? E por que não pode? Horusdidi. Sandica. E lá se foi o Luvelli, como eu queria ter falado com ele antes. Como passei tantos dias pensando nele, nos papos no Trait-d`Union.



                                          

                     

                                         


                                 

terça-feira, 11 de maio de 2021

 







                          Kêkerê, quêquerê, mãe-pequena, Yá Kêkerê. No Ponto da Mangueira, eu vi Bárbara virar Yaô, a mãe-pequena conduzindo-a com o balaio de doces. Os meninos roubando os doces e a mãe-pequena atacando-os com uma vareta. Era o ritual. Os omodês brincavam. Ponto da Mangueira na Vasco da Gama.





sábado, 8 de maio de 2021








                            Oh Jardineira, por que estás triste? Mas o que foi que te aconteceu? Voz rouqunha de Ismael, bassoura de caçutinga, arrastando bosta de cavalos, n´Aroeira. Eles vão pagar,  vão pagar, sim, um dia... "Morreu pouco," porque tu não estavas lá, bando de porcos. E lá eu quero... do foguete chinês? Nem de famosinho fabricado? Que fazem eles? Para impedir execuções e genocídio?  Encher as burras, só. E nos humilhar com esmolas. Morro, mas não aceito. Mortos, quantos? Jacarezinho, quantos?. Não, nada de flores. Paguem caro, mortos têm familia.

domingo, 2 de maio de 2021






                                             Invejo os pintores, cantam cantos com as cores; Invejo os músicos, cujos poemas  feitos em sons, silêncio e ritmos, entram por todos os poros;  Invejo o escultor, faz da matéria deuses, nunca esquecidos; Invejo o cantor, cuja voz, divino instrumento, maneja; Invejo o bailarim, no corpo traduz a musica; Invejo, por fim o ator, o deus-corpo.