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Pá, impávida, Papá, era Hipácia de batismo e certidão de cartório. Gostava de chás e sorvetes, mas aqui, não sendo muito comum, as casas de chá como acontece na Europa, ela então, ia, com frequência, com seus amigos tomar sorvete na Ribeira. Era, deveras, uma viagem, como se fosse uma outra cidade. Só o trajeto valia pena, não tanto como na época dos bondes, mas ainda assim, muito pitoresca. Saia-se da Praça Visconde de Cairu, passava-se por Água de Meninos, pelo belo conjunto barroco da Casa Pia de São Joaquim, pela Calçada, passando em frente à Estação Ferroviária, seguindo-se pelo Mares, Barão de Cotegipe, Boa Viagem, Bonfim até chegar na Ribeira. Lá nos esperavam as sorveterias e os saveiros emoldurando a paisagem. Ró, mais encantada com as cores, do que mesmo com os sabores dos sorvetes, perdia-se na contemplação deles, experimentando sofregamente, cada sabor, que a deixava mais indecisa. Eram séculos e séculos por se decidir. E quem não titubeia ante um festival de cores e sabores dês que se inventou a shurba? Sim palavra sorvete veio do árabe através do turco sherbet até chegar até nós e teria sido inventado pelos persas e trazido para o ocidente por Alexandre, o Grande, embora também a China tivesse inventado uma bebida feita de neve, mel e sucos de frutas. Dá era todo olhos para Pá e ela percebia isto, mas em momento algum lhe dava mais atenção do que dava aos demais colegas amigos e era justamente isto que os fascinava. Dá, muito embora não se tenha esquecido de Aimar, era o mais fervoroso dos admiradores. Quem, realmente esquece seu primeiro amor, mesmo que não tenha sido correspondido? Assim é, e parece, assim será, porque. mudam-se os tempos, mas o homem, este não muda ou pouco muda. Pá, seus olhos verdes, cruéis, tentadores faziam-lhe, momentaneamente, esquecer-se de sua primeira paixão. E embora, nada tivesse com ela, sentia ciúmes, sentia-se traído. Ninguém estava ali, de olho em alguém, somente ele era assim. Falta de costume. Não fora criado com mulheres, estudara o tempo todo em colégio interno, onde não estudava meninas, e, por isto ainda não aprenderá a lidar com suas novas colegas. O sistema educacional de colégios internos só para meninos e meninas tinham inconveniente de segregar os jovens causando desvio comportamental, tornando os jovens de ambos os sexos, tímidos, com dificuldades de lidar com o sexo oposto. Saído do internato, era o mais tímido, o mais apaixonado, o mais temeroso de receber um não, o mais arredio à moda que, de certa forma, integrava o jovem no meio jovem. Quem não seguisse a moda, estava, fadado a seguir discriminado. Tinha consciência disto e até mesmo ouvira dos colegas comentários a respeito de um que não se vestia conforme a moda e andava falando de poesia e de literatura. Este cara parece ser do século passado, diziam e se riam dele. Eu me perguntava, o que dizem de mim, quando não estou presente? Sim, porque toda ausência é atrevida. Voltemos à Ribeira e enquanto saboreamos nosso sorvete, caminhemos pela Enseada dos Taineiros, façamos uma visita ao Solar Amado Bahia, visitemos o conjunto colonial barroco da Igreja Nossa Senhora da Penha, um pulinho à Igreja Nossa Senhora do Monte Serrat, uma das únicas com um alpendre na frente para proteção do sol e da chuva e o passeio completo e a vontade de tomar outro sorvete.
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Eram sete. Quatro meninas e três meninos, todos entre 18 e 19 anos. Saídos do ensino médio, outros, já em faculdades. Um, havia, que tinha um apelido incomum e interessante, cornaca. Espera, não é nada do que você está pensando. Estudava veterinária e queria ser tratador de elefantes, portanto, cornaca. A Bahia é outro mundo. No Ceará não tem disto não, não tem disto não. Imagina alguma coisa? Na Bahia tem, inclusive amansa-cobras. Como todos no Brasil têm seu apelidos, uns carinhosos, outros de duplo sentido e ainda os perversos que enfureciam seus donos.