Hoje, Mancambira, vou dar uma roubada, espero que você, com seu puxa-saquismo não venha a contar pro autor. É que ele não quer dar oportunidade a todo mundo de escrever no seu Noite em Paris. Diz, ele, para que não se perca a unidade, principalmente, quanto ao estilo, achando ele, ter encontrado um, digno de Joyce, de Guimarães Rosa. Mas, Zé, vou escrevendo, quando ele der por si, pronto. Não vai deixar de publicar. E você, sobre o que vai escrever? Vai seguir a história dele?E ele segue alguma história? É pulando daqui prá lá, de lá pracá, sem nunca sair do lugar. Não sei como tem quem goste do que ele escreve! Ninguém entende nada. É puro esnobismo, é como muita gente fala que gosta do Ulisses, mas na realidade não tá nem entendendo o que o caba tá dizendo. Eu não, vou escrever uma história com pé e com cabeça. Não quero nada de palavra difícil pru caba ter de ir pru gulguel buscar o significado. Meu negócio é bateu, bateu, cuspiu, cuspiu. Nada enfeites. Seco, como o nordeste, terra de caba da peste, muleque da gota serena e muié de cachaço grosso, homi, daquilo roxo. E pru onde tu vai começar, mula véia, sem pescoço? E tem outra moda? Era uma vez… e tenho por começado A História Dum Caba Macho Que Não Tem Medo d’Aviâo, Nem Tampouco d’Assombração. Virge, com este título de quilombo, tu nam vende nem pru pão! Pois, vamo ver, nesta terra, que não se chama Inglaterra, se há caba que seja macho, de não comprar para ler o qui tem neste ABC. Pois, se não comprar, maldito seja pra o resto do mundo além; que o estralar da bigorna de Zé Cadeira e Zé Ferreira nas tardes bolorentas de calor que não tem nem cristão nem alazão qui aguenta pregar os zoios.
João Grilo era um cristão que nasceu antes do dia. Se criou sem formosura, mas tinha sabedoria e morreu depois da hora, pelas artes que fazia.
Oxe, oxe, oxe esta história eu já ouvia de piquininim e tu quer dizer que é tua? Minha não pode ser, tu bem sabe que né minha, quero agora que me diga quando disse qu’ela é minha? Pois o caba que escreveu se chamava João Martins d’Athayde, caba bom de palaveira mais também de roubalheira, pois dizem de seus romances, muitos comprados nas feiras, dos poetas nordestinos, atacados de cegueira. Ou, se tu, bem quiseres, mas sem muita agonia, posso te contar uma história, de um caba lá da Bahia.
Era um caba desconhecido, até quando lhe bateu a sorte, foi parar no BBB e de lá, sem muito esforço, mas com muita esperteza e mentira, saiu de lá vencedor do BBB24.