sábado, 29 de junho de 2024

                          



      Hoje, Mancambira, vou dar uma roubada, espero que você, com seu puxa-saquismo não venha a contar pro autor. É que ele não quer dar oportunidade a todo mundo de escrever no seu Noite em Paris. Diz, ele, para que não se perca a unidade, principalmente, quanto ao estilo, achando ele, ter encontrado um, digno de Joyce, de Guimarães Rosa. Mas, Zé, vou escrevendo, quando ele der por si, pronto. Não vai deixar de publicar. E você, sobre o que vai escrever? Vai seguir a história dele?E ele segue alguma história? É pulando daqui prá lá, de lá pracá, sem nunca sair do lugar. Não sei como tem quem goste do que ele escreve! Ninguém entende nada. É puro esnobismo, é como muita gente fala que gosta do Ulisses, mas na realidade não tá nem entendendo o que o caba tá dizendo. Eu não, vou escrever uma história com pé e com cabeça. Não quero nada de palavra difícil pru caba ter de ir pru gulguel buscar o significado. Meu negócio é bateu, bateu, cuspiu, cuspiu. Nada enfeites. Seco, como o nordeste, terra de caba da peste, muleque da gota serena e muié de cachaço grosso, homi,  daquilo roxo. E pru onde tu vai começar, mula véia, sem pescoço? E tem outra moda? Era uma vez… e tenho por começado A História Dum Caba Macho Que Não Tem Medo d’Aviâo, Nem Tampouco d’Assombração. Virge, com este título de quilombo, tu nam vende nem pru pão! Pois, vamo ver, nesta terra, que não se chama Inglaterra, se há caba que seja macho,  de não comprar para ler o qui tem neste ABC. Pois, se não comprar, maldito seja pra o resto do mundo além; que o estralar da bigorna de Zé Cadeira e Zé Ferreira nas tardes bolorentas de calor que não tem nem cristão nem alazão qui aguenta pregar os zoios.

          João Grilo era um cristão que nasceu antes do dia. Se criou sem formosura, mas tinha sabedoria e morreu depois da hora, pelas artes que fazia.

             Oxe, oxe, oxe esta história eu já ouvia de piquininim e tu quer dizer que é tua? Minha não pode ser, tu bem sabe que né minha, quero agora que me diga quando disse qu’ela é minha? Pois o caba que escreveu se chamava João Martins d’Athayde, caba bom de palaveira mais também de roubalheira, pois dizem de seus romances, muitos comprados nas feiras, dos poetas nordestinos, atacados de cegueira. Ou, se tu, bem quiseres, mas sem muita agonia, posso te contar uma história, de um caba lá da Bahia. 

             Era um caba desconhecido, até quando lhe bateu a sorte, foi parar no BBB e de lá, sem muito esforço, mas com muita esperteza e mentira, saiu de lá vencedor do BBB24.


quarta-feira, 26 de junho de 2024

      



                      Desprezando as leis estabelecidas, Mancambira, os cristãos de toda espécie, católicos e não católicos, formam entre convenções secretas. Entre as convenções, algumas são públicas, e todas estão de acordo com as leis; outras são ocultas e são todas aquelas cuja realização viola as leis instituídas. A caridade mútua dos cristãos como nascida de um perigo comum e mais forte do que qualquer juramento, a lei comum, Zé Mancambira, foi infringida pelas convenções dos cristãos e só por isto, já deveríamos de puní-los. A doutrina cristã tem origem bárbara, eis que oriunda dos judeus, embora se reconheça que os bárbaros sejam capazes de descobrir doutrinas, mas para julgar, dar fundamento e adaptar à prática virtude as descobertas dos bárbaros, Mancambira, acredite, os gregos são mais hábeis.

sábado, 22 de junho de 2024

        Eu não tenho pai, não tenho mãe, nem tenho parentesco neste mundo, o meu pai mandei pro inferno e a minha mãe sumiu no mundo. 

Olha que desgosto, desgosto dos meus pais. Meu irmão virou um’a moça e a moça virou rapaz.

            Vontade de rir? E quando te dizem que o teu está dentro de um pedaço de pão? E ao mesmo tempo pregado numa cruz? Imagina só. O padre vai ao banheiro e não lava bem as mãos. Que cheiro tem o corpo que tu comes? Sempre feio e ruim a crença do outro, só a tua é bela e boa. 

               

                


domingo, 9 de junho de 2024

           




                            

Oh tempos, eu não posso gazear. Vai longe no tempo, tampouco podia gazear. Nos frades capuchinhos  na Piedade, nos de Feira, nos vocacionistas, em Itambé, nem nos jesuítas do Vieira, não podia. E hoje, quando quero, oh, quando quero, nem posso. Estar  atento aos gases do imigo. E como queimam, quando não matam. As gazetas não mostram. Calam gritos de horror e medo. O Tesouro, querem. Mães amamentam, crianças gazeam e a gazuâ continua. E gases e fachos e gases e tochas. Em tudo, em tudo que gazeia em nossa terra. The Wasted Land. Filomelas, tantas, que, e Medusas, dor! Gazos, como Tereu, como Poseidon. O que nos resta agora? O desespero como salvação, Senhor Adorno? Gazares lindos, bem ali farfalham, aqui, rafa e agonia. Oh, terra! oh, mundo! Meu paraíso perdido, quem te perdeu? A quem ofendeste para me mereceres tão cruel vingança? Não achas, tu exacerbada a vingança? Até quando irá tua ira? Quem te fez assim? De quem aprendestes tão desalmada crueldade? Dizei-me, então e ao mundo também, fomos, nós. o fautor de teu caminhar? Por quê volteias tua lança contra nós? Haveremos de resistir.

 

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quarta-feira, 5 de junho de 2024

         




                     Depois que um  certo ministro resolveu, no julgamento do do mensalão, cagar em cima da Constituição, todo mundo quer, agora, dar sua cagadinha. E foi assim que o vereador César Maia, deu cagada no meio da sessão plenária municipal. Assim é fácil ser vereador, até cagando tá ganhando, né Zé Mancambira? E, me veio uma ideia Dá, vou perguntar a Dija, que ficou carola e anda rodando as saias dos padres. E qual é, Manca? Se os santos cagavam? Hahahaha, você me fez lembrar do Ari. Era lá da rue d’Assas, o famoso 16, de que te falo sempre. Ele imaginou uma cena de um filme. Jesus, acabando de urinar e balançando a verga. Sei lá. Eu faria assim. E a Anvisa está proibindo a colher-de-pau. Por bactérias e fungos nos poros. E as doenças? Fabricam-nas  onde se fazem os remédios. O nome disto. Se disser, serei comunista. E os cemitérios não serão mais o local do descanse  em paz. Vai gerar energia solar. Na minha carneira, não quero, vai que uma alma resolve montar num fio de luz e eu morrer!


           




                           Tanta comida deitada ao fogo, tanta boca aberta ao mundo. Traz a banana,  Fausto, qui stou aqui pra cair de fome. Merenda nossa nos capuchinhos da Escola Nossa Senhora da Piedade e nem sabia eu que ali morreram enforcados, alguns baianos por se quererem independentes. Sempre torturados, passada a dor, heróis de todos nós. Fausto, facão na mão, buscava o pão na quinta do convento. Os fradinhos,  esfomeados, massacravam mais que comiam, trazidas, as bananas, quando não era o mingau de pão, dormidos, restos da Padaria Brasil. En India restos de loucos, de moradores de rua são comidos, pois sagrados.