sexta-feira, 24 de dezembro de 2021






 


                                                          Tu viste, Zé? Eu? Nem vi, nem quero ver. Melhor, nem lá, estava. Mancambira, mas tu é frouxo, mesmo! E de quem era aquele colonial em certo ombro? E lá, sei eu? Meu é que não era. Se o cara o  tivesse deixado lá, já estaria nos ombros de um gajo, agora mesmo me olha, com estes olhos de gato sonso. Assim que é caba macho do Carrapato? Sou do carrapato, terra de caba macho, não de jagunço. E é preciso ser jagunço para ter coragem? Bem que não, no cangaço tem coragem e não tem jagunçada. Pra você ver. Nem é preciso ser destemido para arrotar valentia, basta vestir a fantasia que dê poder e chefia. Eita, verdade verdadeira,  disse,  tudo, visse? Mas, falo do babado que rola agora na redinco. Lá vem você, com a mesma estória. Não quero saber, já não estou mais aqui. Vem cá, homidedeus. Conversar, é só uma briguinha de famosos. Rapaz, povo não tem o que fazer, brigam por laiques, por ibope, como se dizia antigamente, faa que dá mais dinheiro. Tudo por dinheiro. Não, desta vez, acho que não. Há alguma coisa a mais. Aqui, basta um cara ser um pouco descorado, e ter um estrambótico sobrenome, vindo, sabe-se lá, donde, que nem ele mesmo sabe  pronunciar pra se julgar patrão e tratar com chibatadas a que se chama dos Santos, da Silva ou de Jesus, como para lhes lembrar de onde vieram e com quem estão falando.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

DOIGT D´HONNEUR






                        Dedo da honra poderia ser a tradução em português, mas nós somos mais plebeus, nós dizemos é dedão, mesmo. E não precisa dizer bem profundo, basta mostrar qualquer dos dedos, mesmo o polegar em determinada posição para o caba ficar furioso e querer partir para a ignorancia. Mas na França, a coisa degringolou mesmo. É que um tal de Zemour,  respondeu a um doigt d´honneur de uma pessoa com o mesmo gesto imoral e indigno  e para piorar ainda acrescentou bien profond. O cara  é candidato a presidente da republica, você votaria num cara destes, Zé Mancambira? Nem morto! 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 







                        

                           Oi, Didi, que história é esta entre Adele e Martinho da vila? Zé, não me comprometa, mas a briga, realmente é com Toninho Geraes. Ele acusa a Adele e Greg Kurstin de terem plagiado sua  "mulheres" gravada por Martnho da Vila, na sua canção "Million years ago". Mas plagiou ou não plagiou? Não me comprometa, Zé Mancambira. Mas, de quem teve coragem de exterminar nativos melanésicos e usar a pele em sapatos, roupas e malas, nada mais se deve duvidar. O que? eles usavam pele de gente pra isso? Eles, quem Zé? Sei lá, você que falou aí. Ah, dizem que os ingleses fizeram isto, mas não se sei se é verdade. Didi, conta esta história direito! Estou vendendo o peixe pelo preço que me venderam. Me tire desta enroscada.  Quem roubou nações do mundo todo, não tem pejo de nada. Ela roubou? Você está doido, Zé Mancambira, ela não, seu povo. Ah, agora entendi. E olhe, com biblia na mão. Antes de eles enforcarem um, liam a biblia, para agradecer pelo butim. Aí, é demais. E né, não, é?

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

GÄETAN MATIS VERSUS ERIC ZEMMOUR








                         Oi Zé, está vendo a contenda entre Matis e  Zemmour? E não estou, rapaz? E o que você acha? Eu? não acho nada. Ninguem perdeu alguma coisa para eu achar. Kkkkkkk, ô caba medroso! Uma pamonha, briga de cachorro grande. Mas diga, que achas? Já disse, homi, nem de cachorro eu gosto. O home, nem candidato é ainda! Desconfio destes homis que olham por baixo. Zoreia e venta, só. E o Gäetan foi arreliar, saiu arreliado. Tempos estranhos, estranhos tempos. Mata-se a arte, já morrida, quando, cantiga só de amigo, proibidos o escarnio, o maldizer.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

NO ESCURINHO DO CINEMA

 












                                - Amor, tem alguém atrás da gente?

                      - Não, amor, o cinema está vazio.

                      -E na frente, tem alguém?

                      - Não, amorzinho, pode ficar tranquilo.

                    -E do seu lado, tem alguém, claro que não, amor.

                    - E de meu lado tem algúém?

                    - Não, amor só tem praticamente a gente.

                     -Então foi você que peidou, sua porca.







segunda-feira, 13 de setembro de 2021

GILGAMECHE E ENQUIDU







                                        Que vês agora, Dá? Gilgameche, aquele que viu tudo, o que descobriu a origem, no seu carro  a cavalos, correndo mundos, busca a eternidade, estás vendo Zé Mancambira? Ele, Gilgameche de Uruque e sua máquina de correr mundo. E correu mundo, com Enquidu, seu amigo. E fez o mundo tremer. E Ischitar, a bela, deusa que não podia ser amada, pena de morrer o amante,  com ciúmes, mandou uma doença que matou Enquidu. Gilgameche saiu doido mundo afora em busca da eternidade. Longe andou até encontrar Utinapischitim, o imortal. A imortalidade?  Os Deuses mandaram que eu fizesse uma grande arca que coubesse um casal de cada animal da terra. Assim o fiz e me tranquei na arca com os animais. Começou a chover, seis dias e seis noites e o mundo se inundou. Tristes dias, tristes noites, irados estão os deuses, o homem chora. Gilgameche, lindo rei a nós nos socorrei, rei, rei, o Gilga é nosso rei. No Gilga ninguém mexe. lindo rei, lindo rei. Preso estou, não há lugar na cidade onde não me reconheçam e tentem me matar. Diz a lenda que sou imortal, não acredito, mas todos acreditam e se unem contra mim, embora temam a maldição. Tento voar, não yenho forças e nem sei se ainda posso voar. Estouraram ali muitas granadas, pensando me matar, eu me livrava de todos. Comprei uma cornemusa, me disfarçar em músico, ainda assim me reconheceram. Me escondi na casa duma parente. Tão pequena, parecia pendurado numa gaiola, sobre um precipício. A entrada, por escada interna em parafuso. Condominio de escadas, comum a todos, desvelando a intimidade. Pareciam felizes, no entanto, seus moradores. Vi do outro lado, numa gaiola pendurada no precipício um velho de barba branca e comprida. Tinha um zuzá no tornozelo e segurava um tacape, iria para alguma cerimonia? Seus cabelos pretos escorriam sobre os ombros, escondendo partes das orelhas furadas. Seu nariz, largo e grande, sua pele preta do que vermelha, denotava misturas de povos. Trazia um tibério na boca, do qual  soltava fumaça, de vez em quando. Quiz lhe falar, ele não deu atenção. Saberia de mim, e por medo me tenha ignorado? Sim além de perseguirem, maltratavam também, quem desse ajuda ou gesto de simpatia, fizesse.

 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

O CANTO DO CISNE





                                                   






                            Por quê um cara tão inteligente como Roberto Jeffeson está fazendo isto, Zé Mancambira? Porquê? Quando se envelhece, dois caminhos restam ao homem: Se redimir ou se aviltar., porque não se tem mais nada a perder. O professor Calmon de Passos dizia que uma das vantagens da velhice é poder dizer o que quiser porque ninguém mais o leva a sério. Isto é uma verdade. No caso dele, parece ter escolhido o segundo caminho. É uma espécie de suicídio, porque, para ele, a vida não tem mais sentido.  Seria, assim.  seu canto de cisne, porque, morto já estava.

domingo, 5 de setembro de 2021

ANVISA, FUTEBOL E POLÍTICA

 





                                              Todos, totalmente ignorantes. Todo ato público tem de ter publicidade; Se a ANVISA diz ter avisado que certos jogadores não poderiam jogar, de boca, o ato não é publico, logo inexistente. Em direito não há o elemento surpresa, tudo tem de ser comprovado antes para se tomar uma decisão. Deixar o jogo começar para se tomar uma atitude, existe, no mínimo, má-fé.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

 



                  



                               Lá vem Koz, descendo a Ladeira do Sossego, saxofone ao pescoço, quase chegando aqui, na Rua do Céu. Ou era uma clarineta? Bem, um piano, não era, aí teria de dizer, um piano carregando um homem. Vou pedir para tocar. Mas, faz medo, virar um monte de carne e osso, comida para cães, gatos e urubus, e outros menos nobres que os humanos chamam vermes. Não, não é Vermeer, são vermes, mesmo. Ele está com uma lira na mão, faz gesto de tocá-la, abelhas saem da lira, esvoaçam sobre seu corpo, corro a socorre-lo, uma abelha senta em meu pescoço, tento tirá-la, ela me pica, seu ferrão queima. Eu não quero matá-la, pego-a com jeto e sacudo-a fora, ela cai no chão. dizem que morrem depois de morder alguém, uma pena, não precisa morrer. Araçá tuba ataca. Tu sabes, nem u´a mosca, quero que morra. 

quinta-feira, 12 de agosto de 2021




                                      

                                          

                         Elias do Pé do Morro tocava seu oito-baixos, mas as pessoas diziam que Vaguinho de Pintadas tocava melhor. Hoje nem sei se ainda vivo, o Vaguinho que se mudou para Brasília, onde se dizia, corria ouro no chão. Soube até que virou crente e só tocava agora, para louvar o Senhor, pensando, assim, ganhar o céu. 
 

domingo, 8 de agosto de 2021








                                   

                           Julieta, Julieta, eta, eta. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021







                                          Seu Ricardo, vaqueiro, bebia a água do feijão e depois comia os grãos, sem farinha, achei tudo aquilo muito estranho, era assim no seu Pernambuco? Esta noite foi toda da Capela, não posso saber porquê. Via a igreja de Rosalina e Dija ajudando o padre. Depois que foi para o Rio, ele ficou carola, não se sabe por obra de quem. Acho que quer ir para o céu, eu, pelo contrário, quanto mais velho fico vou me afastando de igrejas, não quero ir para o céu, depois um porre, o céu. Ninguém pode falar um palavrão,  muito menos olhar a mulher do próximo. Também, só deve ter velhos naquela porra. Me lembro quando fui fazer um cruzeiro no Caribe, em uma daquelas ilhas, acho que foi Saint-Martin, que do lado holandês tinha uma praia de nudismo. Muita gente correu para ver, eu me neguei, chegaram decepcionados, só velha e velhos, igual o ceu. Deus me livre deste céu.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021







                      Enquanto houver sangue pra derramar, nós, negros e vermelhos e amarelos e o diabo, resistiremos e depois beberemos do próprio sangue para renascer, como uma fenix,  das cinzas, saída. 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

MATAR A MORTE

 






                        

                    Eu, se pudesse, mataria a morte, mas, tem a morte, longa vida. Por instinto ou por pensar, viu-se que a morte é nosso único e real inimigo, e, aí, toca a combate-la, ela, a parca é ardilosa e traçoeira; Nem os alquimistas a venceram. E os sacerdotes, donos do saber, vendo que não a venciam, criaram um básalmo. Prepara-te para recebe-la e terás o aaru, o paraiso, o nirbana, os campos elísios, o valhala, o janá. Todos querem o paraiso, mas se pelam quando pensam na morte. E quando um morre, se elogia e se deseja descanso eterno. Como descansar, ele nem sabe que morreu? Quando ela vem, eu já fui. Louco, mundo louco, e quem o fez, mais louco ainda. Que tanto te lamentas, homem de Deus? Oi, Zé, foi Cal que rodou. Mentira, Cal de Pedro da Boa Sorte? Indonte, tive falando com ele, dizia que tu era marvado com os borregos, suspendia e soltava de vez. É, ele me fala isto, mas juro que não me lembro. Se fazia era pra ver a agilidade deles cairem em pé. Mas não foi ele não, Mancambira, o joalheiro. O joalheiro? Você não disse que não gostava dele? Continuo sem gostar, detesto a morte, e, se ela vem tão dolorosa! Horus, tu sabes mais que muito vivente. Cancro no cérebro, ela se anuncia, maior a dor. Não valia nada, quanto desprezo, aquando lhe fui exibir sua dívida. Mas a resposta veio em cima do bucho. Culpa a ti e não a mim, se tivesses pagado as tarifas, não estaria eu aqui. Calou-se, Cal, na sua ira, eu, por dentro, sorridente.

sábado, 24 de julho de 2021

INFÂNCIA OURISSAGA


 

                                              O pandeiro repicava e Gregório respondia, alegria, alegria, tudo vai bem. Seca? Água saloba da presa de Pedro Carneiro, que não vendia, com fazia em dia de feira n´Aroeira. Água não se vende seu Pedro. Então vai fazer meus tanques! Na bucha a resposta.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

 






                            Quem pode, agora,  falar o que quiser? Duna loucura quiçó. Fala e tu tá errado. Incorreto na polis. Dunga tem de mais, Dungaipe. Dungaguá. Arrotam valentia e sabedoria. Zilus, todos. duga dunga dugar lunga  nunga quando virás catu? guá guará gugu tutu tana bubu. samicas tina tinica o gufo do zoião comeu o cascavel nem deixou um pedacim pra mim bufo guará taí taiguará ele é elé curumim tudim treme gora se gora gora já gorou sim sinhô.

quinta-feira, 27 de maio de 2021






 


                                      E ontem passei o dia todo esperando o dia acabar e nada de acabar. Sempre navegando na redinco para saber se lá para os lados do oriente o mundo já tinha acabado, mas  nada, muitos lugares, parece que nem sabiam que o mundo iria se acabar. Zé Mancambira ficou admirado, como poderia eu, um doutor, ficar esperando o mundo se acabar. Se Antõe cego, que era o maior curandeiro de Capela, num previu o acabamento do mundo, é porque de fato ele não iria acabar. As vezes era precisso dar uma corridinha n´Aroira. Ismael era danado para prever as coisas, mas se ele tampouco previu o fim do mundo para ontem era porque não iria acaber mesmo. E tome-lhe cachaça, e tome-lhe pirraça, (Tá na moda, bullyng, colonos, não sabem, do latim bullire, ferver), e tome-lhe ódio, e tome-lhe cancelamentos e tome-lhe execuções e tome-lhe e. Tudo o que não presta. A coroa veio com pouco espinho, não sangra, se sangra não se esvai.

sábado, 15 de maio de 2021








                                        Oi tudo bem? E pode tá bem, Didi? E por que não pode? Horusdidi. Sandica. E lá se foi o Luvelli, como eu queria ter falado com ele antes. Como passei tantos dias pensando nele, nos papos no Trait-d`Union.



                                          

                     

                                         


                                 

terça-feira, 11 de maio de 2021

 







                          Kêkerê, quêquerê, mãe-pequena, Yá Kêkerê. No Ponto da Mangueira, eu vi Bárbara virar Yaô, a mãe-pequena conduzindo-a com o balaio de doces. Os meninos roubando os doces e a mãe-pequena atacando-os com uma vareta. Era o ritual. Os omodês brincavam. Ponto da Mangueira na Vasco da Gama.





sábado, 8 de maio de 2021








                            Oh Jardineira, por que estás triste? Mas o que foi que te aconteceu? Voz rouqunha de Ismael, bassoura de caçutinga, arrastando bosta de cavalos, n´Aroeira. Eles vão pagar,  vão pagar, sim, um dia... "Morreu pouco," porque tu não estavas lá, bando de porcos. E lá eu quero... do foguete chinês? Nem de famosinho fabricado? Que fazem eles? Para impedir execuções e genocídio?  Encher as burras, só. E nos humilhar com esmolas. Morro, mas não aceito. Mortos, quantos? Jacarezinho, quantos?. Não, nada de flores. Paguem caro, mortos têm familia.

domingo, 2 de maio de 2021






                                             Invejo os pintores, cantam cantos com as cores; Invejo os músicos, cujos poemas  feitos em sons, silêncio e ritmos, entram por todos os poros;  Invejo o escultor, faz da matéria deuses, nunca esquecidos; Invejo o cantor, cuja voz, divino instrumento, maneja; Invejo o bailarim, no corpo traduz a musica; Invejo, por fim o ator, o deus-corpo.

terça-feira, 27 de abril de 2021







                     

                                 Um grande aspirador, tão grande, possível de arrancar do mundo esta poeira má que circula no orbe. Oh! quanto pó no mundo. Meu Deus, Deus? Eu não te chamo em vão, não como os fieis que, à minima dificuldade, te implora. Eu imploro-te, eu te imploro. Arrasta deste mundo o mal que nos envolve. 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

CAVALEIRO DA MORTE

 





    

                                                  O Cavaleiro  da Morte, nem mais foice traz, nem joga xadrez com Antonius Block,  um motossera, de marca, de estilo, tope de linha, de capacete, não espirrar em sua triste figura. Opa, ops, quem te chamou aqui, Quixote? Cabeças em fileira, dez, cem, mil, o cavaleiro, em riste o motossera, corta-as, menos de segundo, rápido quanto pensas. Tempos Modernos, não é Chaplin? E estranhos e velozes e vorazes e sanguinários e os olhos pesam e as pernas, sacos de areia e os braços, braços, chumbo, chumbo e o sopro e o sopr e o sop e o soco no respiro, afogado, afogado. Non água, no propriá di gente., sem tempo di dizer adeus, sem ninguém pradizer adeus. Não foi quem comeu o açucar de dona judite; nam, nã foi ele que os vinte mil réis de dona Maria Laura, perdido, ingênuo, e nocente mandado. Procurar no Porto da Barra, achado, na poça, agarrado, olhando o Primavera, o Oceania, a sorveteria. Entregou, inda molhado, inda assim, ficou ladrão, força d´opinião de quem é patrão. Vale muito ter malícia, nem a capoeira ensinou. Capoeira no chão, tim, tim, tim, capoeira  no chão tim, tim, tim, camará.

quarta-feira, 31 de março de 2021







                                                           O Cavaleiro da Morte,                                                                            Feliz cavalga sobre                                                                                 Sobre corpos ensanguentados                                                                 Aspergindo sobre eles                                                                             Mais sangue envenenado.                                                                       

                                          O Calvaleiro da Morte não quer,                                                           Tu não vencerás esta partida                                                                  No  xadrez, como Antonius Block.                                                         Fica em casa.                                                                             

                                              

                                          

terça-feira, 30 de março de 2021

 






                                     Perante os homens da capa preta,  mil de tuas verdades não valem uma mentira dela. O que tu resmungas Zé Mancambira Dá Horus Didi? Pergunta a Antõe Cego, Santa Maria, mãe de Deus, Rogai a Jesus por eu. N´Aroeira, Ismael diz o mermo, Oh jardinera, por que tás tão triste. Tia Benícia toma pra ela a marchinha de carnaval. 

domingo, 21 de março de 2021

 






             

                        Qem quê vim aqui eu espero pode vim. ´Spero de braços abertos e sangue no olho e dente afiado e faca afiada e faca sangrenta, nunca incruenta e a machada, machadinha, Apache do Tororó, e pensar que tou brincando. cadê meu carnaval? E pode vir, pode vir quente q´eu stou fervendo. É Semana de 22, é o Expresso 2222 carregando a massa, a massa da mandioca. I nesti mundi, de tudi hai, né, Maria Angerca? Si hai, hai. Cum pessoas assi, num se vai a lugar algum. Num é cumpadre? In mulieribus, bem dito sou. gratia plena. Abre-te, Cesar. A carnevale e muito até tu Brutus? Guarda estge cutelo. 



                                  


                                      

segunda-feira, 15 de março de 2021

MARCO AURÉLIO

                            


           


                        Sim, como bem disse, o maior, pra mim, o maior. Quem é o maior, Mancambira? O maior?  O maior filho de Capela, neto de Nézinho da Ponta da Serra, Almeida da gema, e Leoncio Gonçalves de Almeida, bisneto de Ruperto Gonçalves de Almeida e Ildefonso de Oliveira Maia, da Tabua. E tudo isto me contou Zé de Nazaré. Se o processo for para plenário, e nem sei direito o que é plenário, o Marco Aurélio, para ser honesto, para garantir a calças, tem de se dar por suspeito. Ele deu opinião adiantada, inda cantou pedra para os outros. É triste, diz Horusdidi. Tempos estranhos, diz o julgador. Estranho de que faz parte. Mundacho torto, não é Frei Teodoro? Marco Aurélio e não é Mascarenhas, Aurélio Mascarenhas, sua palavra, um tiro.

quinta-feira, 4 de março de 2021

CIRILO







                  Quando você via Cirilo dar risada, pode botar pra suntar. É miséria, dizia Zé de Daniel. E Cirilo estava rindo com seus olhos gazeados, mostrando seu dente de ouro. De que tu tanto ri, Cirilo? 

                              Isto é pra rir mesmo!

                              ???

                     Os italianos, háháhá, háháhá, ai, chega doi a barriga!

                     O que foi Cirilo?

                  Vocês não viram? Saiu na tevê, na redinco, em todas  redes sociais.

                      Nam, não estamos sabendo.

                    A Itália fez um cemitério na beira do mar, um alto. Veio uma onda e derribou o prédio. Os caixões despencaram no mar e os defuntos  morreram todos afogados.



                                

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021








                      

                        Santa Maria, Mãe de Deus,                                                                    Rogai a Jesus, por eu.

           Toca o sino. Os fiéis repetem, desencontrados, fevorosos.

            Santa Maria, Mãe de Deus,                                                                    Rogai a Jesus, por eu.

                     

                    

             

domingo, 7 de fevereiro de 2021

FANTASMAL






                        Botas, botas, que nã são João, nem o gato, botam botas e seu tropel. Trão, trão, trão. Tram, trantram, trantram, zap, zap, zap. Eu vi, tu viste, Mancambira? Nam vim. E onde foi?  e quem sabe? Itaparica, não. botas, vi, só. E o tropel, ouvi. só vi botas e o tropel. Andando sozinhas? Parece, sozinhas andando.. Tu sabe o que é? não no sei. Quantas vão bater? Quando as iremos descalçar?  Antõe Cego, a ele perguntar. Sabe do passado, do presente e do futuro, ele, somente, pode nos dizer o daqui pra frente. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

SEU BIDA








               O veiote não aguenta nem correr e ainda quer ser o cherife do mundo. Homi, vá s´quetá. Tu num tá veno que tu não aguenta mais arrocho? Tu tá como aqueles veiote metido a namorador de menina nova só pra levar chifre? Vai t´aquetá, minin´.

                     É o que agora, Mancambira?

        Tu num tá veno? Seu Bida querendo meter o bedelho na Birmania. Mianmar, você quer dizer. Chame como quiser, pra mim é Birmânia, mais bonito.

                      

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

MENAS VERDADE





                                             Ô mana, deix´ eu ir, ô mana eu vou só, ô mana deix´ eu ir, pr´o sertão do Caicó. Eu vou cantando com a aliança no dedo, eu aqui só tenho do mestre Zé Mariano.

                                             T´esconjuro, t´esconjuro, mil vezes, t´esconjuro. Zé Mancambira tá jururu, hoje. O que foi Zé, que tu tanto esconjura? 

                                Um roubo, um roubo, agora se rouba tudo, tudo. De que tu tá falando? Da cantiga de Caícó. Eu era minino e meu avô cantava e tocava na viola. Não, tem que ter mão nisto! E vai-se fazer o que Mancabira? Processar, fazer pagar os direitos dele. Pagar a quem Zé, se não se sabe quem inventou inventou a cantiga? Ao povo, o povo que inventou é que deve ganhar, não estes mauricinhos metidos a compositor. Você tem de processar, você tem de processar. Zé, não há como, Zé. Não sei, há de haver um jeito. Estude pra descobrir. Bela incumbência, você me dá. Não sei, só sei que tem de haver um jeito.