quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

 





                           Ah, saudade daqueles campos floridos, por onde corria colhendo morangos silvestres, lembrava-se Barbe, trancada na torre isolada da cidade, duas janelas apenas, viradas para a floresta, de onde só se ouvia o cantar dos pássaros, o uivo dos lobos e o latido longínquo dos cães,  vagando pelas ruas. O pai de Barbe, muito bela, temendo a corrupção dos dissolutos da época, pois a corrupção dos costumes sempre existiu, não é coisa nova, basta ler os antigos,  resolveu encerrá-la na torre, construída, especialmente para ela. Ninguém diria que esta jovem alegre, sensível e inteligente, fosse, anos mais tarde, partida em pedaços para acalmar a fúria dos deuses, saciar a fome dos cães,  já nesta remota era, tratados como gente, a exemplo de Calígula, imperador romano, este tanto amava Incitatus, seu cavalo de corrida,  que não hesitou em nomea-lo cônsul da Bitínia, exibindo um relacionamento, quem sabe até libidinoso, (fosse égua, nem dúvida haveria), dormindo o imperador com seu cavalo, exigindo, de todos, nas noites anteriores às corridas, silêncio extremo, porque não incomodasse o nobre Incitatus, concorrente nas corridas do dia seguinte. E a patuleia invejosa tem até hoje o desplante, de tachar o grande Calígula de louco, somente por amar seu cavalo, e mandar, vez por outra, degolar seus desafetos, para dar de comer aos leões lindas criaturas encarregadas de alegrar o povo romano, no seu esporte preferido, a luta com os gladiadores, na qual eram de vez quando, premiados com a carne dos gladiadores vencidos, tanto lutando contra eles, os leões, como com outro gladiadores, por posto que, mais práticos, os romanos uniam a arte a utilidade, nada perdendo, diferentemente dos gregos, menos práticos, mais filosóficos e mais refinados que se divertiam com festivais em honra dos deuses, festivais de teatro no quais celebravam o mistério da vida e nos festivais olímpicos - as olimpíadas- em honra dos deuses e a glorificação do corpo.  

             


da vida.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

              

        











                






                      IIII amam bleeessssed, abrindo com boca encusparada saindo pelos cantos, a cara roçando o nariz do moço pregador do evangelho. Jesus Cristo is nothing, mira-o de cima a baixo. Mustafá pode, gói não. República Democrática da Coreia do Sul Decreto nº 01/2024 - artigo lº - Fica proibido o consumo de carne. Artigo 2º - As fazendas, abatedouros, frigoríficos e açougues de caninos deve-se à criação, abates, refrigeração e venda de carne humana para alimentação dos cães, gatos e outros animais carnívoros de estimação. Isto é muito bom. Bom pra cachorro. Atrasados, Sr. Yoon é Sra. Kim Keon-Hee, há muito tempo, fazemos isto. Aqui, até aribus alimentamos. Somos generosos, frisas cheias, carne mutu. Alimentar os bichinhos, não ACF? Alguém tem de cuidar disto e eu me decidi e com os bichinhos estou aprendendo o que não aprendi com o bicho homem. Ginka, enquanto escrevo isto, ouço o o suave som de uma clarineta, uma canção popular? Se soubesse escrever música, eu a transcreveria, para ti, Ginka, inda moras no mesmo lugar? Não conheço o autor, nem o tocador. Talvez você conhecesse e dissesse, amor. Arrependimento, não ter continuado música. You’re hurting me. Sem entender, insistia. Você então, pegou o dicionário, hurting, blessant, ferindo. Parei imediatamente. Lembra? Saudade, Betty. Na vitrola, Mireille Mathieu, que eu não gosto tanto,  você lembra?  É no gargalo mermo, é no gargalo, ver neguim se espernear. Vão cagar um quilo certo. Nem grama um grama a menos. Krk, krk. A corda, a corda. Parei de insistir, tu te lembras? Nus, a gente, como se tivéssemos feito, fomos conversar. Lembra-se?
               Quem não gosta de animais? Você aí, cara pálida, já se perguntou se os bichos gostam da prisão que lhe impomos? E tu amigo dos vegetais, sabes quantos animais são mortos para comeres alfaces, cebolas e vegetais outros? Gatos e cães são carnívoros e a ração leva carne, senão, não comem. E tu, amigo dos bichos, sabes quantos animais são matados para alimentar cães e gatos? 
             Difícil imaginar, Mancambira, que Marx, Platão. Jesus Cristo, Beethoven, o Papa, Beyonce, Taylor Swift caguem. Ídolos, só o humano tem. Bichos, não, são iguais. A outra, imagine só, “A Berenice lutou muito porque não queria partir.” Certamente não foi na fila do SUS que sua cadelinha bateu as botas desta para melhor. Talvez sobre  um pouco de ração para um morador de rua. Ou que lhe dê em anóveas, um mês de ração. Viste, Mancambira? Deu no Correio Mercantil do Rio deJaneiro de 17 de junho de 1849, no expediente de 2 de maio do Ministério da Guerra  requerimento do padre Joaquim Luiz de Almeida Fortuna ao Comandante das armas da corte, pedindo a entrega de seu escravo o pardo Cândido, que, com o nome de Cândido José Francisco, assentou praça de voluntário no corpo de artífice da corte. O pardo escravo não é Cândido, nem José, nem Francisco. E que pairam as mulheres! O mundo precisa de escravos e como não tem mais escravos reprodutores, como Pata Seca, que se recolha esperma para povoar o mundo. E quanto jovem morre sem deixar filhos! Na guerra, desastres naturais, doenças. O Estado, pode, deve fazer. Bancos de reprodução humana. Morreu repentinamente colhe-se o esperma. Garantir a descendência. Mãe de órfão, sempre haverá quem o queira. A noiva, a amiga, a parente. E na guerra, quantos morrem sem deixar herdeiros? Arrancam-lhe a vida, antes que deixe um rebento para reverenciar, um neto para os pais. Guerra! Mas é guerra e dela ninguém se livra.




                           

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

CAMBISES

 



           Cambises sabia. O Egito tinha o gato como um Deus. Ele mandou caçar gatos, pintar gatos nos escudos dos guerreiros. Fez um exército de gatos e atacou. Vale? Vale. Usa-se a arma que se tem à mão ou a que lhe deu a imaginação. Direito do homem, a defesa. Os Egípcios não atiraram contra seu Deus e encontraram a morte. Na guerra tudo as vale. Inundar, afogar gente; Cerco sim, interceptar barcos humanitários, controlar água,  energia, remédios, mantimentos; derrubar ébrios na zábava? nam. Bólnica, da. Quírabe, pode. Tífilom, claro; pueri, no. Ao vencedor, as batatas. E aos vencidos, que se danem!