Sim, Didi, Nunca me tinha perguntado. O que será de mim? Sofro, sofro tanto, tu nem sabes. Qualquer resposta será uma clava sobre minha cabeça, Dámocles! Quanto custa a verdade. Do que tenho lido, você me pareceu, mais compreensivo. Estaria enganada? Tudo contra mim. Sinto que estou perdendo tudo e todos. Quando findará esta amargura? Estou doente? Por quê não me levam ao psiquiatra? Rapaz, está ficando cada vez mais complicado, não dá para entender esta recusa em fazer o exame. Se sou filha deles mesmo, por não fazer o exame e provar de uma vez por todas minha fil iação? Ah, Didi, você nem imaginao tanto de coisas que passam na minha cabeça. Mil vezes pensei. Como, se tomei um caminho sem volta. Chovem xingamentos, chovem ameaça.Tivesse sido eu, amamentada por minha mãe, deixar-me-ia sofrer o que stou sofrendo. Tivesse suportado as dores do parto não estaria agora me defendendo com unhas e dentes? Lembra daquela mãe de Gandu, de cujo filho, ladrão, estuprador e assassino de quem você era advogado e que veio te pedir para se incriminar, atribuindo a si o crime praticado por ele e tomar seu lugar na cadeia? Se ela me tivesse suportado nove meses na barriga, não era ára fazer como esta mãe e me defender a todo custo?
