quinta-feira, 27 de agosto de 2020

 







                                                                Jutro. Nem sei como começar. Hahaha, se não sabe começar, imagina terminar. Fica inventando palavras que nada significam. Você quer chegar aonde? Rapaz, você me fez voltar no tempo. Como assim? Há anos, acho que na década (Quando falo em década, me lembro de João de Barros, "Como el-rei dom Manoel, no segundo ano de seu reinado, mandou Vasco da Gama com quatro velas ao descobrimento Índia... isto que é escrever!) de setenta. Lia parte deste romance para um amigo, formado em letras, Ananias Vasconcelos, ex-colega do Colégio Vieira. Era mais de meia noite, na Praça Castro Alves, sentados ao pé do monumento ao poeta. Ele me perguntou, aonde você quer chegar? Não sei, disse-lhe, nem título tenho. Como é difícil agradar a intelectuais, mais fácil agradar quem não o é. Um pouquinho de sexo, um pouquinho de violência, mistério e palavras comuns que se possa compreender sem visita ao léxico e pronto, garantido o sucesso. Ainda escreverei assim. Ficar rico como um Coelho, uma J.K. Rowling e gozar das delícias do capitalismo.

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