sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

 



                       Madame Faure foi profeta, não, tiza, naquela tarde, primeiros dias em Paris, quando três brasileiros me viram no Boul’Miche tocando berimbau, frente ao Odeon na barraca do grego. Não, no Saint-Germain, cabeça. Tu vais ver coisa, tu vais ver coisa e muito terás para contar. E não foi o que se deu? Mal tocava o berimbau, mal batia o pandeiro, mal o agogô. Como vencer a?                                                                                     Quem, um dia, Mancambira, poderia me dizer o que me tornei? Quantos sonhos carregava! Você, que me viu criança, poderia adivinhar? Nesta imensidão de mundo, quantos não adivinham sem saber que fazem?Madame Faure, um deles. Trás esta colher-de-pau aí Betim! Bater na cabeça deste menino, parar de gaguejar, aprender a falar. Papai Nezinho, na sua voz grave. O galo veio, valente, pra cima de mim, mamãe deu-lhe um safanão com o pé e me pegou do chão, senão,  capaz de furar meus zoios. Vixe, se tivesse, ela mataria o galo? Desculpem, não é suspense. Esqueci o xingamento, empurra-lhe nootrópicos, está na moda. Lembrei-me, agora. Caducando, diriam, alzheimer, dizem. Será? Não, não  insistam. Não digo o xingamento de mamãe. Nelso, (Não, nã é o Nerso da Capitinga, aquele diz: Morrreu) este é Nelso, mesmo, um dia, na pensão Jacobina de Zé Fernandes, me perguntou: como  vai ser nome do livro? Assim Caminha a Humanidade? Nem tinha visto, nem nunca vi o filme. Sabia apenas dele. Água com açúcar, caminho mais simples. Pessoas gostam de ser enganadas, sonhar, melhor que a realidade. Faz doer. Quem, hoje, por los outros, quer sofrer? Nelso, também, um haríola (Nossa, que palavrão! Mas vai ficar aí. Quem não souber o significado, que vá ao dicionário. Dicionário? Ou no Gúguel ou qualquer outro navegador da redinco, a Rede Internacional de Comunicação), o adivinho Nelso não acertou no título, mas carimbou  no tema. Sumiu, o cara, mora, me disse  o irmão, na Austrália ou Nova Zelândia, terra de David. Este,  até hoje, creio, não me perdoou de não lhe ter apresentado à petite alllemande. Pecado que se comete por desatenção. E lá sabia eu, quem era a petite Allemande?                   Sou um contador estórias? Encontrei um estilo pra chamar de meu?                                      Se o estilo é o homem, será certo  não existir homem sem estilo, difícil, porém encontrar quem dentro dele se esconde. Parece, a mim, pelo menos, tudo vem de mansinho e por acaso, quando você vê, já tem um estilo, tu nem sentes sua chegada, ou quando aflorou em você. E não se ensina. Coisas inda não explicadas pela ciência. E, por isso chamam de mistério, de milagres, os religiosos.   Melhor dormir. Sempre assim quando a pena corre leve, o sono  chega pesado e adeus sentido, no amanhã, continuidade no cinema. Você, de preto na cena, de branco na seguinte. Esta anacronia você pode fazer, outro, porém, o efeito. Também, o sentido. Em algum Lugar do Passado,  um belo filme, de efeito bonito e significativo. Um pouco complicado no escrever. Espera-se uma história de princípio, emeio e fim e o cara mistura tudo, como Joyce e o maluco do tiberio, não, não é o homem de Cézanne, é aquele da Fúria, do Nobel. Ele gosta de um cachimbo. O Som e a Fúria, William Faulkner, lembrei-me agora. Mulequim louco, o cara. Talvez, pior que Joyce. Né pior, não é mais normal, tanto que ganhou o Nobel. O pobre do Joyce, coitado, até fome, imagine? Também, um Ulisses daquele, né? Como ganhar o Nobel, mais político que artístico? Deixa eu calar minha boca, senão que não vai ganhar o Nobel sou eu.




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