Na música, Penderecki, se eu disser que Koinbaba é uma colcha de retalho, vão me apedrejar, mas se ponho um trechinho ali, outro acolá de alguns autores no meu Noite em Paris, serei, com certeza, um plagiário. O músico pode fazer o que quiser a música dos outros. Será louvado, um gênio. Nem aspas precisa. Uma grande citação, o escritor, um plagiador; pode o compositor misturar ritmos, gêneros, escolas, tudo; o escritor, todos os qualificativos dar sua e doutras línguas. Hermético, como Joyce, exibicionista, como Coelho Neto, pela riqueza vocabular, por fim, um boçal; na música, erro é estilo; no escrito, imperdoável, não sabe a língua, não conhece a história, fora da realidade, como se não pudesse criar sua realidade; em música o não entendi, não existe. Você gosta ou não. Farto de escrever e ouvir o terrível “não entendi”. Ainda vou escrever para todos entenderem e chorarem e ficar com peninha do mocinho ou da mocinha. Se vou, mas como vou! E ganhar muita grana, e, esfregar, como faz Paulo Coelho, na cara dos otários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário