quarta-feira, 30 de outubro de 2019

CANETA AZUL, AZUL CANETA





                                              Vamos  pressionar Deus Carmo para chamar Manoel Gomes pro nosso lado. O povo unido, jamais será vencido. Como gosta de um jargão, o Zé Povinho, pensou, Didi, mas, caluda,  não se indispor com os outros. Precisa ver quem está com a gente. Não me ponham neste bolo, eu fico neutro. Epa, epa, saia desta cara, quem é neutro sempre está lado mais forte. Você tem de se definir. Eu não quero me decidir. Então saiba que é nosso inimigo. Qual é a briga aqui? Exigir do autor a publicação da caneta azul. Queremos o Manoel Gomes como colega, personagem do romance. Mas que tem a ver este romance com uma simples caneta azul, amarela ou vermelha?  Rapaz, ele pode ser até sobre a noite em Paris, mas no dia ele tem de ser brasileiro, de norte a sul, e, qualquer de nós pode ser personagem. É preciso que os autores saibam que os personagens também mandam, e, por vezes, dirigem, queiram ou não, a ação, o enredo. Eles roubam a cena e o autor se torna um simples escravo. Vamos aproveitar enquanto uns bestas estão preocupados o Evo da Bolívia, a gente faz aqui nossa peleja. Voz aos danados, aos esquecidos, aos jogados nos musseques. Acho que logo, logo, ele estará iguais aos jogadores de futebol, cantando contra o povo de onde ele veio. Também não é assim, tem de se dar um voto de confiança. Você não conhece os poderosos, ele vai se voltar contra o povo, ou por dinheiro, corrupção, ou por intimidação. Nós somos o canal, ou faz, ou não cantará. E aí, você resiste? Muito menos um bocório como ele. Se ele fizer isto, merece nosso total desprezo. Boicotar os shows dele. Boicotar é pouco.Tem de ser um pouquinho mais duro. A mesma moeda, sem dar nem pedir troco. Não cara, as vezes um simples bate-papo o sujeito acorda. Você acha mesmo que um simples bate-papo vai vencer milhões. Um pobre coitado, nem sabe o que está fazendo. Não sabe, aposto que contar dinheiro ele sabe. Já eu, sou totalmente contra a violência. É? Quando cortam a luz ou a água de tua casa, tu é favorável? Tu não chama isto de violência? Tu compra um quilo de carne, chega em casa pesa, só dá 900 gramas, isto é violência? Tu tem a quem reclamar? 

                                Você não acha que está sendo preconceituoso, Umberto? Como, Didi, você acha mesmo que eu, nós temos de elogiar a burrice? Igualar todos a todos? Então, não adiantou levar anos com a cara nos livros. Doenças crônicas com documentos velhos. Adoecer no manuseio de múmias e fósseis. Rapaz, não é isto, falo de quem grita sem ser ouvido, de quem sequer se ouve os gemidos. Sim. E eu falo justamente destes que não se ouviam e hoje têm voz, mais do que nós, porque, enquanto falamos para poucos, eles falam  para toda humanidade e logo nos sufocarão, porque são muitos. Ah, tenho medo, mediocridade, apavora.

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