sexta-feira, 10 de abril de 2020

FIM DO MUNDO












                             
                              Chacona ból. Znam ten bol. També de mim. Láska, estou pleno. Händel não é mão, nem Grotowiski é grota, tampouco greta. Dixit Dominus. Zé Mancambira numa de suas cachaças: Mundo vai se acabar, não de fogo, dum bicho invisível. Nada mata, por onde passa num fica vivente, não se sabe donde veio. Os mortos, sem velório, nem enterro, queimados são. Proibidos de andar, fechados em casa, falta comida, de tudo se carece. O povo toma dos empórios e  armazéns, tudo.  A Força não tem mão. Faltam caixões, joga-se corpos em sacos, carregados em caminhões, ou se queimam no meio da rua, mode a pestilência. Aves e bichos passeiam pelas ruas, é até bonito. Tudo dominado por dúvida e medo. A incerteza, a única certeza, agora. O grande e o pequeno andam juntos obedecendo a uma lei inteligente que tudo comanda. Conversa de doido, diziam, mas doido tem poder de adivinhar, Antõe Cego, também profeta, replicava. N´Aroeira, Ismael  diz o mesmo tanto. Todo lugar tem seu Tirésias. O mundo é cheio.

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